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Bolsas perdem dois PIBs do Brasil
No total, 26 mercados têm prejuízo de mais de US$ 1,7 tri com a turbulência; EUA sofrem a maior queda de valor
No Brasil, perda foi de
US$ 42 bi; queda assusta,
mas mercados já viveram
momentos piores, como
durante atentados de 2001
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM LOCAL
As principais Bolsas do mundo perderam mais de US$ 1,7
trilhão na turbulência da semana passada. O valor de mercado
de 26 Bolsas, calculado pela Folha, caiu 3,83% até quinta-feira, fazendo evaporar, em quatro dias, volume de dinheiro
que corresponde praticamente
a dois PIBs brasileiros.
A estimativa do Banco Central é que o PIB brasileiro seja
de US$ 926 bilhões. Assim,
olhando de outra forma para as
perdas das Bolsas, foi como se,
do dia para a noite, desaparecesse riqueza igual à que o Brasil produz durante dois anos.
Como sexta foi mais um dia de
queda na maioria das Bolsas, as
perdas são ainda maiores.
A Folha fez os cálculos considerando valores de mercado
estimados pela Bloomberg para ações de vários países. Eles
são divulgados um dia após o
fechamento de cada pregão.
A maior perda absoluta foi a
das Bolsas norte-americanas,
de onde "desapareceram" US$
619 bilhões, o que representou
queda de 3,44% no valor de
mercado das ações listadas por
lá entre sexta da semana anterior e quinta da semana passada. A Malásia, onde o valor de
mercado das ações caiu de US$
283 bilhões para US$ 257 bilhões, registrou a maior perda
relativa (9,03%).
No Brasil, a perda foi de US$
42 bilhões -queda de 5,67%
em relação ao valor de mercado
de sexta-feira, 23 de fevereiro.
As quedas assustam, mas o
mercado já passou por momentos de maior pressão. Levantamento da Economática,
por exemplo, mostra que, enquanto as ações listadas nas
Bolsas dos EUA perderam 3,1%
de seu valor entre segunda e
quinta-feiras da semana passada, a perda foi de 5,1% entre 10
e 17 de setembro de 2001,
quando os atentados nos EUA
derrubaram os mercados.
Como desde 2003 as Bolsas
sobem sem parar, as perdas em
termos de valores, no entanto,
foram praticamente iguais. Em
2001, evaporaram da Bolsa
US$ 527 bilhões em sete dias,
enquanto neste ano sumiram
US$ 505 bilhões em apenas
quatro dias, mostram os números da Economática.
As perdas começaram depois
que a Bolsa chinesa caiu mais
de 8%, na terça. Preocupações
com o mercado chinês, a princípio, e com a economia americana, depois, foram as principais razões apontadas por operadores e analistas para os tropeços das Bolsas.
Com a Bloomberg
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