São Paulo, quarta, 4 de março de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Dono da Microsoft afirma que indústria trabalha muito bem sem interferência do governo Bill Gates nega que tenha monopólio
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA de Washington O presidente da Microsoft, Bill Gates, disse ontem na Comissão de Justiça do Senado dos EUA que sua empresa não detém monopólio na área de software para computadores pessoais e argumentou contra a ingerência do Estado na indústria cibernética. O presidente da comissão, senador Orrin Hatch, do Partido Republicano, de oposição ao governo, convocou Gates e outros líderes do setor para discutirem em público as investigações sobre a Microsoft que o governo federal vem fazendo com base na legislação antitruste. Hatch disse que "o crescimento surpreendente da Microsoft tem levantado muitas questões sobre o futuro da competição e da inovação na indústria do software". Segundo o Departamento da Justiça, 86% dos computadores pessoais colocados à venda nos EUA vêm equipados com o sistema Windows, da Microsoft. O governo tenta impedir que a Microsoft possa colocar na mesma proporção de computadores o seu sistema de acesso à Internet, o Explorer, por achar que isso constituirá competição ilegal com outros produtores. Uma das acusações do Departamento da Justiça é que a Microsoft ameaçou a indústria de computadores Compaq de retirar dela a licença para usar Windows se ela optasse pelo sistema de acesso à Internet fabricado pela Netscape. Gates disse que, quando ele começou, a IBM parecia deter o monopólio do setor e que, graças à criatividade e capacidade de inovar de diversas indústrias, a situação mudou. Para ele, o objetivo da Microsoft é apenas facilitar a vida do consumidor. Além disso, argumentou, a Microsoft se submete a cada três anos, quando muda o seu sistema de operação de computadores, ao julgamento do público e, para manter sua fatia de mercado, precisa continuar competente e inovativa. "A indústria de software, que contribuiu nos EUA com US$ 100 bilhões em 97, é uma oportunidade aberta a qualquer empresário e está trabalhando muito bem sem interferência do governo", disse Gates. Dois dos principais concorrentes de Gates, James Barksdale, da Netscape, e Scott McNeally, da Sun, argumentaram a favor de algum tipo de controle sobre a Microsoft para impedir que ela domine todo o mercado. A audiência teve caráter informativo. Por enquanto, o Legislativo não vai interferir. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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