São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2006

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Demanda interna tem que subir, diz Furlan

JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

O incremento do comércio exterior brasileiro aconteceu, em boa parte, por conta das vendas ao exterior e está mais que na hora de o Brasil fazer algo para aumentar a demanda interna, se quiser consolidar esse crescimento. A avaliação foi feita ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, durante palestra organizada pela ADVB (Associação de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil), em São Paulo. Para ele, o país tem condições de crescer até 5% em 2006.
"Os alicerces da economia brasileira estão firmes, mas, como toda obra, o alicerce é uma trajetória necessária para ter um prédio em condição estável", afirmou. "Não é hora de continuar a construir alicerces, a hora é de construir edifícios."
Sobre os juros, Furlan foi incisivo: "Não acredito na possibilidade de inflação de demanda no Brasil". O ministro reafirmou que acredita haver bastante espaço para novos cortes na taxa, o que estimularia o consumo no mercado interno.
Furlan defendeu ainda a fixação de números para crescimento e investimento, uma vez que o Brasil tem obtido resultados tímidos em relação aos outros países em desenvolvimento.
"Existem momentos de jogar na defesa e outros de atacar", disse ele, referindo-se a um ajuste da política monetária e a implementação de metas de longo prazo. "O momento agora é de ataque."
Segundo o ministro, o presidente da República também é simpático à adoção de parâmetros para garantir a robustez da economia. "Ele é o grande maestro", disse.
Quanto ao novo ministro da Fazenda, Furlan lembrou que Guido Mantega está presente no governo desde o início e coordenou o programa plurianual do governo, que vai até 2007.
O ministro do Desenvolvimento comemorou os resultados da balança comercial, cujas exportações e importações somadas superaram US$ 200,7 bilhões nos últimos 12 meses. Até o final de 2007, a pretensão é obter corrente de comércio de US$ 215 bilhões.
O ministro também mostrou-se satisfeito com o recorde mensal das exportações ocorrido em março, equivalente a US$ 11,367 bilhões.
Furlan ainda considerou positivo o corte da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) ocorrido na semana passada. Para ele, é possível que novas diminuições ocorram nas reuniões do CMN (Conselho Monetário Nacional) marcadas para julho e setembro.

Marcas e patentes
Pela manhã, Furlan participou, no Rio, da apresentação da apresentação de mudanças operacionais e sistêmicas pelas quais o Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) deverá passar para ganhar agilidade na concessão de marcas e patentes.
Na solenidade, o ministro disse que a modernização do Inpi vai fortalecer o país nas discussões no âmbito da OMC. Segundo ele, o Brasil tem condições de ser mais agressivo nas ofertas de abertura nas áreas de serviços, produtos industrializados e propriedade industrial. Para ele, o ganho de eficiência do instituto pode ajudar o país a integrar o Protocolo de Madri, sistema internacional que permite registrar uma marca no mercado exterior.
Atualmente, o prazo médio para o registro de patente é de nove anos, contra média mundial de seis anos. O Inpi quer reduzir o prazo para cinco anos até 2007. O prazo atual de concessão de marcas é de seis anos.


Colaborou Janaina Lage, da Sucursal do Rio

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