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Demanda interna tem que subir, diz Furlan
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O incremento do comércio exterior brasileiro aconteceu, em
boa parte, por conta das vendas
ao exterior e está mais que na hora
de o Brasil fazer algo para aumentar a demanda interna, se quiser
consolidar esse crescimento. A
avaliação foi feita ontem pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz
Fernando Furlan, durante palestra organizada pela ADVB (Associação de Dirigentes de Vendas e
Marketing do Brasil), em São
Paulo. Para ele, o país tem condições de crescer até 5% em 2006.
"Os alicerces da economia brasileira estão firmes, mas, como toda obra, o alicerce é uma trajetória necessária para ter um prédio
em condição estável", afirmou.
"Não é hora de continuar a construir alicerces, a hora é de construir edifícios."
Sobre os juros, Furlan foi incisivo: "Não acredito na possibilidade de inflação de demanda no
Brasil". O ministro reafirmou que
acredita haver bastante espaço
para novos cortes na taxa, o que
estimularia o consumo no mercado interno.
Furlan defendeu ainda a fixação
de números para crescimento e
investimento, uma vez que o Brasil tem obtido resultados tímidos
em relação aos outros países em
desenvolvimento.
"Existem momentos de jogar na
defesa e outros de atacar", disse
ele, referindo-se a um ajuste da
política monetária e a implementação de metas de longo prazo. "O
momento agora é de ataque."
Segundo o ministro, o presidente da República também é simpático à adoção de parâmetros para
garantir a robustez da economia.
"Ele é o grande maestro", disse.
Quanto ao novo ministro da Fazenda, Furlan lembrou que Guido
Mantega está presente no governo desde o início e coordenou o
programa plurianual do governo,
que vai até 2007.
O ministro do Desenvolvimento comemorou os resultados da
balança comercial, cujas exportações e importações somadas superaram US$ 200,7 bilhões nos últimos 12 meses. Até o final de
2007, a pretensão é obter corrente
de comércio de US$ 215 bilhões.
O ministro também mostrou-se
satisfeito com o recorde mensal
das exportações ocorrido em
março, equivalente a US$ 11,367
bilhões.
Furlan ainda considerou positivo o corte da TJLP (Taxa de Juros
de Longo Prazo) ocorrido na semana passada. Para ele, é possível
que novas diminuições ocorram
nas reuniões do CMN (Conselho
Monetário Nacional) marcadas
para julho e setembro.
Marcas e patentes
Pela manhã, Furlan participou,
no Rio, da apresentação da apresentação de mudanças operacionais e sistêmicas pelas quais o Inpi
(Instituto Nacional de Propriedade Industrial) deverá passar para
ganhar agilidade na concessão de
marcas e patentes.
Na solenidade, o ministro disse
que a modernização do Inpi vai
fortalecer o país nas discussões no
âmbito da OMC. Segundo ele, o
Brasil tem condições de ser mais
agressivo nas ofertas de abertura
nas áreas de serviços, produtos
industrializados e propriedade industrial. Para ele, o ganho de eficiência do instituto pode ajudar o
país a integrar o Protocolo de Madri, sistema internacional que
permite registrar uma marca no
mercado exterior.
Atualmente, o prazo médio para o registro de patente é de nove
anos, contra média mundial de
seis anos. O Inpi quer reduzir o
prazo para cinco anos até 2007. O
prazo atual de concessão de marcas é de seis anos.
Colaborou Janaina Lage, da Sucursal do Rio
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