São Paulo, Domingo, 04 de Abril de 1999
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Meta de superávit é tida como impossível

da Sucursal de Brasília

Apesar da desvalorização cambial, as exportações brasileiras não cresceram como se previa. A balança comercial em março apresentou superávit de apenas US$ 15 milhões, embora tenha havido queda nas importações.
O acordo entre o Brasil e o Fundo Monetário Internacional prevê superávit de US$ 11 bilhões na balança comercial de 1999, meta que, em público, autoridades do governo definem como ambiciosa e, em particular, como impossível.
José Botafogo Gonçalves, secretário da Camex (Câmara do Comércio Exterior), diz que o PEE (Programa Especial de Exportações) não fixa metas de balança comercial. "A importação é muito menos administrável do que a exportação. Por exemplo, o desempenho do PIB a afeta demais."
As metas do PEE são para exportações. "O saldo da balança comercial é resultado e é muito cedo para se prever esse resultado."
Sobre a meta de US$ 100 bilhões de exportações em 2002, Botafogo acha que ela vai ser alterada para cima no segundo semestre de 1999.
Ele chama as metas do PEE de "mobilizadoras", porque elas mobilizam recursos e medidas agora para serem atingidas depois.
As previsões da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) são de que em 1999 haverá superávit de US$ 6 bilhões na balança comercial brasileira e 10% de aumento nas exportações em relação a 1998. O governo não faz estimativas ainda.
Um dos motivos principais para a demora na reação do setor exportador à desvalorização do real foi o congelamento das linhas externas de crédito, provocado pela crise de credibilidade do Brasil.
Essas linhas de crédito estão sendo reativadas, embora ainda nos níveis baixos de 1998. Botafogo acha que elas logo crescerão por serem um bom negócio para os bancos. (CELS)




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