São Paulo, sábado, 04 de maio de 2002

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RIQUEZA AMERICANA

Em abril, taxa subiu para 6%, a maior registrada em sete anos e meio; foram criadas 43 mil vagas

Desemprego nos EUA é o maior desde 94

DA REDAÇÃO

Apesar dos sinais de recuperação na atividade econômica, o desemprego voltou a subir nos Estados Unidos no mês passado. A taxa atingiu 6%, o maior nível registrado em sete anos e meio. No mês anterior, o índice era de 5,7%.
Em 2000, antes do estouro da "bolha" dos investimentos em tecnologia, a taxa de desemprego do país girava em torno de 4%. A partir do começo do ano passado, as companhias começaram a fechar postos, em decorrência sobretudo da diminuição na demanda por equipamentos de internet e de telecomunicações de uma maneira geral.
O percentual de pessoas que estão à procura de trabalho não era tão alto desde agosto de 1994, de acordo com estatísticas divulgadas ontem pelo Departamento do Trabalho norte-americano. A estimativa dos analistas era que haveria apenas uma ligeira alta, para 5,8%. Há um ano, o índice estava em 4,5%.
Tanto a indústria como o setor de serviços já registraram um aumento na atividade, depois da freada do ano passado. Mas as contratações ainda permanecem em ritmo lento, o que se reflete na taxa de desemprego.
Ainda assim, segundo o Departamento do Trabalho, em abril, o saldo entre demissões e contratações ficou positivo pela primeira vez nos últimos noves meses. Foram criadas 43 mil vagas. O ganho, no entanto, não foi suficiente para absorver as 565 mil pessoas que entraram no mercado de trabalho em abril.
Mas esses números podem ser revisados. Em março, o Departamento do Trabalho havia informado que tinha ocorrido a criação de 58 mil postos, mas novas contas indicaram uma contração de 21 mil vagas.
"A atividade continua a se recuperar", disse Ken Mayland, diretor da consultoria Clear View. "Mas, de uma maneira geral, as companhias não farão contratações agressivas até que a economia mostre uma série de perspectivas positivas."
Economistas prevêem que o índice de pessoas sem trabalho continuará subindo nos próximos dois ou três meses, podendo atingir 6,5%, uma taxa não vista desde o início de 1994, antes de voltar a cair novamente.

Juros na mesma
O elevado índice de pessoas sem emprego afastou de uma vez a hipótese de que haja um aumento na taxa de juros na próxima reunião dos conselheiros do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), no próximo dia 7. No mercado futuro de títulos da dívida pública norte-americana, a aposta unânime ontem era que os juros serão mantidos em 1,75% ao ano, os menores em vigor desde a década de 60.
Os analistas do mercado financeiro acreditavam que a primeira elevação na taxa, depois dos 11 cortes do ano passado, ocorreria antes da metade do ano. Mas agora poucos acham que a alta se materialize antes de agosto, por causa da instabilidade dos indicadores econômicos do país.
A divulgação do índice de desemprego também empurrou o dólar para baixo. O euro atingiu a maior cotação dos últimos seis meses (leia abaixo).

Serviços perdem fôlego
O setor de serviços registrou o terceiro mês consecutivo de expansão em abril, mas o ritmo na atividade foi menor do que em março. O relatório reforça a perspectiva de que o reaquecimento dos EUA, que entraram em recessão em março do ano passado, será lento.
De acordo com o Instituto de Gerenciamento de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês), o índice de atividade para o setor de serviços ficou em 55,3 pontos no mês passado. Como leituras acima de 50 pontos indicam expansão, o setor cresceu no período.
Mas o ritmo da atividade, no entanto, recuou em relação a março, quando o indicador tinha ficado em 57,3 pontos.


Com agências internacionais

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