São Paulo, quarta-feira, 04 de maio de 2005

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ÁGUIA EM TRANSE

Órgão reconhece pressão inflacionária

Fed mantém moderação e eleva os juros em mais 0,25 ponto, a 3%

DA REDAÇÃO

O Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) aumentou ontem a taxa básica de juros do país em 0,25 ponto percentual, para 3%, conforme era esperado pelo mercado, e admitiu que há pressões inflacionárias. O órgão continua confiante, no entanto, em que possa controlar a inflação com aumentos pequenos na taxa de juros.
A alta foi a oitava consecutiva desde que o Fed começou a subir a taxa, em junho do ano passado, quando estava em 1%. A cada reunião, o aumento foi igual ao de ontem.
O Federal Reserve também manteve, no comunicado que divulga após a reunião, a declaração de que a política monetária deve continuar a ser conduzida em "um ritmo que provavelmente será moderado", o que o mercado interpreta como um sinal de que as altas continuarão sendo de 0,25 ponto percentual.
O Fed disse também, em seu comunicado, que a política monetária, em conjunto com crescimento robusto da produtividade, "continua dando sustentação à atividade econômica". Mas o órgão admite que "dados recentes sugerem que o ritmo sólido de crescimento dos gastos diminuiu um pouco, em parte em resposta aos aumentos anteriores nos preços de energia".
A conjunção de pressões inflacionárias, que vêm aumentando, com sinais de uma desaceleração na economia deixa o Fed em posição difícil, porque o aumento da taxa de juros pode restringir ainda mais o consumo e aprofundar a desaceleração.
As Bolsas americanas subiram um pouco ontem após a divulgação da decisão do Fed. Investidores ficaram aliviados com a declaração do órgão de que continuará com os aumentos "moderados". O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou em alta de 0,05% e o Nasdaq subiu 0,23%.
Muitos economistas acreditam que o Fed continuará aumentando as taxas em 0,25 ponto percentual pelo resto do ano até que os juros cheguem a um ponto "neutro", em que não estimulem nem limitem o crescimento econômico. Esse ponto deve ser de aproximadamente 4,25%, segundo economistas.

Encomendas
As encomendas das fábricas norte-americanas tiveram alta de 0,1% em março, após dado revisado que mostra queda de 0,5% em fevereiro, segundo o Departamento de Comércio. O crescimento das encomendas foi considerado fraco por analistas, mas foi bem melhor do que a queda de 1,2% esperada pelo mercado.
As encomendas de bens duráveis, porém, tiveram queda, o que alguns analistas interpretaram como um sinal negativo, de que o investimento das empresas pode estar diminuindo.
Outros dados econômicos divulgados ontem foram considerados mais positivos. Os cortes de empregos planejados caíram ao menor nível em quatro anos em abril e as vendas de redes de lojas subiram na semana passada.


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