|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PREÇOS
Taxa de maio ficou em 0,57%, bem acima do 0,35% previsto pela Fipe
Recuperação da demanda e dólar elevam inflação em SP
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A inflação na cidade de São Paulo ficou acima das expectativas no
mês passado. A alta do dólar e a
recuperação de demanda estão
entre os fatores que pressionaram
a taxa, na avaliação da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Os preços subiram, em
média, 0,57% em maio, bem acima do 0,35% previsto no início do
mês. Em abril, a alta foi de 0,29%.
Paulo Picchetti, coordenador
do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, diz que os sinais da
presença do dólar aparecem evidentes nos produtos comercializáveis, os chamados "tradeable"
-produtos comercializados tanto no mercado interno como no
externo e, portanto, mais sensíveis à taxa de câmbio.
No início de abril, esse grupo de
produtos registrava alta de apenas
0,06% em 30 dias. Com o aumento do dólar, a alta chegou a 0,84%
em maio.
Entre os fatores de demanda,
Picchetti diz que há uma procura
maior por alimentos e por itens
do setor de vestuário. A maior
pressão na inflação vem dos alimentos, que estão em alta devido
não só à maior procura dos consumidores mas também à oferta
menor de alguns deles.
Essa queda na oferta ocorre no
setor dos produtos "in natura",
mais sensíveis às chuvas e ao frio.
Os alimentos subiram, em média,
1,05% no mês passado, e os "in
natura", 2,21%.
Picchetti destaca, ainda, a alta
dos preços dos artigos de vestuário. Após registrar deflação de
0,19% na primeira quadrissemana do mês, o setor mostrou reajuste de 0,28% no final do mês.
Mesmo com ritmo pequeno de
vendas, as lojas estão desovando
os estoques, afirma o economista.
Piso conhecido
A inflação deste mês deverá ficar em 0,50% na avaliação da Fipe. Pelo menos 0,22% está garantido por aumentos já conhecidos.
As maiores pressões virão dos
reajustes dos contratos de assistência médica e do aumento dos
combustíveis.
A grande incógnita para as próximas semanas fica por conta da
gasolina. Se o aumento dos preços
nos postos for de 10%, a inflação
gerada só por esse item será de
0,25%. Se for de 20%, provocará
taxa de 0,49%.
Sob controle
Apesar da aceleração da taxa
nas últimas semanas, a inflação
está sob controle, na avaliação de
Picchetti. Diante desse cenário, o
economista da Fipe não mudou a
previsão da taxa para o ano, que
continua entre 5,50% e 6%.
O IPC da Fipe deve fechar o primeiro semestre em 2,30%, com
taxa média mensal de 0,40%. Para
o segundo semestre, no entanto, a
média sobe para 0,50%, devido à
pressão dos preços administrados. Se as estimativas de Picchetti
se confirmarem, a inflação de
2004 medida pela Fipe será de
5,45%. Nos últimos 12 meses até
maio, a taxa foi de 4,45%.
Texto Anterior: Luís Nassif: Modelo de negócios para o software livre Próximo Texto: Para teles, decisão da Anatel de reduzir áreas locais foi "política" Índice
|