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Perda de R$ 554,5 mi é a primeira no ano
Bolsa registra mais
saída de estrangeiros
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
Pelo primeiro mês neste ano,
a Bolsa de Valores de São Paulo
registrou saída líquida de dólares em maio, equivalente a R$
554,5 milhões. Com as incertezas na Ásia e na Rússia, os estrangeiros deixaram os chamados mercados emergentes, como Brasil e Coréia, e foram para as Bolsas da Europa e títulos
do Tesouro dos EUA.
As Bolsas da Europa são menos arriscadas e têm apresentado valorização maior do que
a brasileira. A italiana, por
exemplo, apresentava alta acumulada de 40% no ano até o
último pregão de maio, contra
desvalorização de 3,43% na
Bolsa brasileira. Os títulos do
Tesouro dos EUA são considerados um porto seguro para os
investimentos em épocas de
crise do mercado de ações.
A saída dos recursos estrangeiros ajuda a derrubar o índice Bovespa, das 52 ações mais
negociadas na Bolsa de Valores
de São Paulo. Em maio, a queda foi de 15,68%. Os estrangeiros compraram cerca de R$
3,42 bilhões em ações, mas
venderam R$ 3,97 bilhões.
Com o resultado, o saldo favorável acumulado no ano até
o pregão do dia 29 de maio passa a somar R$ 1,295 bilhão,
contra R$ 1,849 bilhão registrado até abril.
As perspectivas para o investimento estrangeiro na Bolsa
de Valores de São Paulo não
são muito animadoras, segundo analistas. "Os emergentes
saíram de moda e, sem ventos
favoráveis da Rússia e dos países asiáticos, vão continuar de
escanteio", diz Manuel Maceira, do Banco Tendência. O déficit público alto, segundo ele,
afasta o investimento externo
na Bolsa.
Também a proximidade das
eleições presidenciais tendem a
trazer oscilações bruscas ao
mercado de ações nos próximos meses. "Toda vez que as
eleições se aproximam, as Bolsas ficam voláteis, cheias de
boatos. O mercado fica na mão
dos especuladores. Os estrangeiros mais cautelosos preferem ficar de fora", diz Luiz
Carlos Conrado, diretor de
renda variável do Citibank.
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