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FUSÃO
Múltis da cerveja tinham parceria com nacionais
Budweiser e Miller
vão ficar no Brasil
RENATO FRANZINI
de Nova York
As companhias norte-americanas donas das marcas
de cerveja Budweiser e Miller
garantem que
vão continuar
no mercado brasileiro, apesar da
associação da Antarctica com a
Brahma anunciada na última
quinta-feira.
As duas companhias estrangeiras foram afetadas pela associação
porque ambas tinham acordos
com as brasileiras para fabricar e
vender seus produtos no Brasil.
Com a criação da AmBev (a associação da Antarctica e da Brahma),
os acordos serão desfeitos.
Anteontem, a Anheuser-Busch
(produtora da Budweiser) anunciou que terminará em um mês sua
parceria com a Antarctica.
Um porta-voz da Miller Brewing
Company (do grupo Philip Morris) informou à Folha que a empresa ainda não havia sido comunicada do fato e que "não espera mudança ou interrupção na distribuição de sua cerveja no Brasil".
Mas Marcel Telles, presidente da
Brahma, disse que faria o comunicado à Miller assim que possível.
Nos comunicados à imprensa, as
duas companhias usaram a palavra "comprometida" para dizer
que continuam no Brasil.
"A Anheuser-Busch continua
comprometida em ser uma participante de longo prazo no Brasil",
disse Jack H. Pummel, chairman
da Anheuser-Busch International.
"A Miller está comprometida
com o crescimento de seus negócios no mercado brasileiro", diz o
comunicado da concorrente.
Como as duas têm como objetivo
estratégico permanecer no Brasil,
apesar da baixa participação no
mercado, a dúvida agora é qual delas fará acordo com a AmBev.
"Não vai dar para a AmBev manter acordos com as duas", diz William Landers, analista do mercado
de bebidas do banco de investimentos Lehman Brothers, em Nova York, lembrando que Budweiser e Miller são líder e vice-líder,
respectivamente, nos EUA.
Landers acredita que a Anheuser-Busch tem mais chances: 1) já
anunciou que quer conversar com
a AmBev e a Miller não foi nem notificada previamente; 2) seus laços
com a Antarctica eram mais fortes
do que os da Miller com a Brahma.
A Anheuser-Busch tinha 5% das
ações da Anep, a principal subsidiária da Antarctica, com a opção
de ir a 30% até 2002.
Já a Miller e a Brahma tinham
formado uma subsidiária de controle acionário misto.
Mike Hennick, diretor de comunicações para o mercado internacional da Miller, disse à Folha que
sua companhia não pretende fabricar sozinha a cerveja no Brasil.
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