São Paulo, Domingo, 04 de Julho de 1999
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Queda de vendas torna 99 um ano mais difícil que o anterior

da Reportagem Local
Mesmo se traduzindo em redução de custos e facilidades operacionais, o avanço da nacionalização está longe de garantir um 1999 bom para o setor automotivo.
"Este é um ano difícil, mais difícil do que 98", diz Célio de Freitas Batalha, diretor de assuntos corporativos da Ford. Convertido em números, seu lamento significa mais um ano de recuo nas vendas de veículos no país.
Mesmo com a queda da taxa de juros, que animaria o consumidor a comprar carro a crédito, Batalha não arrisca projeção superior a 1,35 milhão de unidades para este ano, um recuo de 10% sobre o 1,5 milhão de 98.
Já Paulo Butori, do Sindipeças, acha possível chegar a 1,4 milhão de veículos, se o plano emergencial de renovação de frota entrar em vigor em 1º de setembro, agregando mais 200 mil veículos por mês à produção nacional.
O desempenho do setor de autopeças no primeiro semestre ficou aquém das previsões do Sindipeças. De janeiro a junho, o faturamento real diminuiu 18,1% em relação a igual período de 98, segundo dados preliminares.
A capacidade ociosa chegou a 33% em junho. Cresceu em relação aos 32% registrados em maio, mas já é melhor que os 36% de janeiro. As exportações caíram 28,7%, mas as importações recuaram mais -33,6%-, resultando um superávit de US$ 33 milhões.
Para o segundo semestre, as esperanças estão depositadas na renovação do acordo do setor automotivo e no crescimento das exportações.
No caso da Fiat, as exportações já fazem parte do presente. A empresa espera bater seu recorde, exportando 100 mil carros montados este ano, um crescimento de 15% em relação ao ano passado. "Na média, são 12 mil unidades por mês que começamos a exportar a partir de junho", diz Piero Grillo, diretor de compras.
Animada com as exportações, a Fiat ampliou a produção diária de 1.600 veículos no primeiro semestre para 1.800 desde o dia 1º deste mês. Para isso, foi preciso contratar, em junho, mais 600 empregados -são 12 mil funcionários mais 13 mil terceirizados no complexo Fiat, em Betim (MG).
Nos próximos dois meses, a empresa pretende trabalhar com os fornecedores de forma a transformar a oportunidade cambial em vantagens mais duradouras. (LR)


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