|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FRENTE AMPLA
Presidente eleito da Fiesp e Luiz Marinho convocarão outras entidades em prol de pacto que visa crescimento sustentado
Skaf e CUT querem ampliar "entendimento"
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), Luiz
Marinho, e o presidente eleito da
Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), Paulo
Skaf, declararam ontem que será
iniciado um diálogo com outras
entidades representativas com o
objetivo de expandir o que ambos
classificaram como um "entendimento" para garantir o crescimento sustentado do país.
Após encontro na sede da Abit
(Associação Brasileira da Indústria Têxtil), em São Paulo, entidade presidida por Skaf, ambos afirmaram que "o diálogo está se iniciando". "Isso [o entendimento
entre Fiesp e CUT] é um pequeno
pedaço de uma ampla discussão
que vai envolver outras representações, como o Congresso Nacional, a agricultura, o governo, as
classes trabalhadoras e outras entidades empresariais", afirmou o
presidente eleito da Fiesp.
"Vamos dialogar com várias representações buscando construir
esse entendimento nacional, inclusive com o governo", completou Marinho. Segundo ele, o presidente Lula está inteirado do assunto, mas a proposta não foi levada oficialmente ao governo.
Skaf e Marinho não usaram o
termo "pacto social". "A palavra
pacto não dá sorte", brincou Skaf.
"Pacto social no Brasil é um nome
muito desgastado no passado, várias tentativas realizadas que não
tiveram êxito ou não foram cumpridas", completou Marinho.
O presidente da CUT negou que
a proposta envolva reajustes salariais menores. "Estou dizendo o
tempo todo na mídia que a hora
de pedir aumento real é esta, com
a economia crescendo", afirmou.
Segundo Marinho, ele conversou
ontem com outras centrais sindicais para esclarecer o assunto.
"Por um acordo que fizemos em
92, os trabalhadores tiveram aumento real de salário de 20% em
três anos. Nos últimos anos, muitas categorias não conseguiram
nem repor a inflação, quanto mais
[obter] aumento real."
Ambos voltaram a se referir à
preocupação com a alta da inflação e dos juros. "Ouvimos sobre
expectativa de aumento de juros,
de inflação, todas expectativas negativas e queremos nos esforçar
para que não haja expectativas
nem de inflação, nem de aumento
de juros", disse Skaf.
Ele afirmou que diferentes setores da sociedade devem se unir
pelo "interesse do Brasil". "Os
pontos de convergência são muito maiores do que eventuais pontos de divergência, que temos de
ter o amadurecimento para enfrentar", afirmou Skaf.
Proposta
Skaf afirmou que deve levar ao
governo, até o fim deste mês, uma
proposta de investimento de R$
10 bilhões da indústria paulista no
caso da redução da TJLP (Taxa de
Juros de Longo Prazo), hoje em
9,75% ao ano.
A taxa é usada como referência
nos empréstimos do BNDES e é
fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). "Conversei
com muitas empresas que estão
dispostas a investir em caso de
uma redução significativa da
TJLP", afirmou Skaf.
Texto Anterior: Comércio: Lagos, do Chile, quer interação com o Mercosul Próximo Texto: Centrais atacam proposta de pacto Índice
|