São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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FRENTE AMPLA

Presidente eleito da Fiesp e Luiz Marinho convocarão outras entidades em prol de pacto que visa crescimento sustentado

Skaf e CUT querem ampliar "entendimento"

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, e o presidente eleito da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, declararam ontem que será iniciado um diálogo com outras entidades representativas com o objetivo de expandir o que ambos classificaram como um "entendimento" para garantir o crescimento sustentado do país.
Após encontro na sede da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), em São Paulo, entidade presidida por Skaf, ambos afirmaram que "o diálogo está se iniciando". "Isso [o entendimento entre Fiesp e CUT] é um pequeno pedaço de uma ampla discussão que vai envolver outras representações, como o Congresso Nacional, a agricultura, o governo, as classes trabalhadoras e outras entidades empresariais", afirmou o presidente eleito da Fiesp.
"Vamos dialogar com várias representações buscando construir esse entendimento nacional, inclusive com o governo", completou Marinho. Segundo ele, o presidente Lula está inteirado do assunto, mas a proposta não foi levada oficialmente ao governo.
Skaf e Marinho não usaram o termo "pacto social". "A palavra pacto não dá sorte", brincou Skaf. "Pacto social no Brasil é um nome muito desgastado no passado, várias tentativas realizadas que não tiveram êxito ou não foram cumpridas", completou Marinho.
O presidente da CUT negou que a proposta envolva reajustes salariais menores. "Estou dizendo o tempo todo na mídia que a hora de pedir aumento real é esta, com a economia crescendo", afirmou. Segundo Marinho, ele conversou ontem com outras centrais sindicais para esclarecer o assunto.
"Por um acordo que fizemos em 92, os trabalhadores tiveram aumento real de salário de 20% em três anos. Nos últimos anos, muitas categorias não conseguiram nem repor a inflação, quanto mais [obter] aumento real."
Ambos voltaram a se referir à preocupação com a alta da inflação e dos juros. "Ouvimos sobre expectativa de aumento de juros, de inflação, todas expectativas negativas e queremos nos esforçar para que não haja expectativas nem de inflação, nem de aumento de juros", disse Skaf.
Ele afirmou que diferentes setores da sociedade devem se unir pelo "interesse do Brasil". "Os pontos de convergência são muito maiores do que eventuais pontos de divergência, que temos de ter o amadurecimento para enfrentar", afirmou Skaf.

Proposta
Skaf afirmou que deve levar ao governo, até o fim deste mês, uma proposta de investimento de R$ 10 bilhões da indústria paulista no caso da redução da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), hoje em 9,75% ao ano.
A taxa é usada como referência nos empréstimos do BNDES e é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). "Conversei com muitas empresas que estão dispostas a investir em caso de uma redução significativa da TJLP", afirmou Skaf.


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