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Centrais atacam proposta de pacto
DA REPORTAGEM LOCAL
As centrais sindicais criticaram
duramente a proposta de fazer
um pacto social, como propôs a
CUT, e consideraram "inoportuna" e "inadequada" a idéia de fazer um acordo para buscar o crescimento da economia em que os
trabalhadores deixem de fazer
pressão por aumentos salariais.
O objetivo do pacto, segundo
informou o presidente da CUT,
Luiz Marinho, é evitar que a alta
da inflação obrigue o Banco Central a aumentar os juros e, em
conseqüência, limite o ritmo de
crescimento do país.
"Discutir esse pacto neste momento é jogar um balde de água
fria na campanha salarial de milhões de trabalhadores", afirmou
João Carlos Gonçalves, presidente
interino da Força Sindical.
Força, CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) e SDS (Social Democracia Sindical) divulgaram nota ontem informando
que a proposta da CUT "já nasce
aleijada ou morta". As três centrais ressaltam que não são contrárias à discussão sobre um pacto, mas avaliam que o debate deve
ser feito no Fórum Nacional do
Trabalho.
O presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo (Força), Eleno José Bezerra, disse que
a categoria discorda de "qualquer
pacto que impeça a recomposição
dos salários".
Para Júlio Sérgio Gomes de Almeida, diretor do Iedi (Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), um eventual
pacto é "um complemento importante à política econômica".
"É bom que haja esse movimento, mas para dar certo é preciso
incluir são Pedro, a Opep e tirar o
IGP [Índice Geral de Preços, da
FGV] como indexador dos preços
administrados", ironizou Paulo
Picchetti, da Fipe.
Para Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Fecomercio-SP, "o problema é analisar a eficiência de assuntos dessa natureza. Pela experiência, pactos acabam frustrados pela economia."
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