São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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Centrais atacam proposta de pacto

DA REPORTAGEM LOCAL

As centrais sindicais criticaram duramente a proposta de fazer um pacto social, como propôs a CUT, e consideraram "inoportuna" e "inadequada" a idéia de fazer um acordo para buscar o crescimento da economia em que os trabalhadores deixem de fazer pressão por aumentos salariais.
O objetivo do pacto, segundo informou o presidente da CUT, Luiz Marinho, é evitar que a alta da inflação obrigue o Banco Central a aumentar os juros e, em conseqüência, limite o ritmo de crescimento do país.
"Discutir esse pacto neste momento é jogar um balde de água fria na campanha salarial de milhões de trabalhadores", afirmou João Carlos Gonçalves, presidente interino da Força Sindical.
Força, CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) e SDS (Social Democracia Sindical) divulgaram nota ontem informando que a proposta da CUT "já nasce aleijada ou morta". As três centrais ressaltam que não são contrárias à discussão sobre um pacto, mas avaliam que o debate deve ser feito no Fórum Nacional do Trabalho.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força), Eleno José Bezerra, disse que a categoria discorda de "qualquer pacto que impeça a recomposição dos salários".
Para Júlio Sérgio Gomes de Almeida, diretor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), um eventual pacto é "um complemento importante à política econômica".
"É bom que haja esse movimento, mas para dar certo é preciso incluir são Pedro, a Opep e tirar o IGP [Índice Geral de Preços, da FGV] como indexador dos preços administrados", ironizou Paulo Picchetti, da Fipe.
Para Antonio Carlos Borges, diretor-executivo da Fecomercio-SP, "o problema é analisar a eficiência de assuntos dessa natureza. Pela experiência, pactos acabam frustrados pela economia."


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