São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

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VÔO DA ÁGUIA

País cria 144 mil vagas em agosto, mas saldo no governo Bush ainda é negativo em quase 1 milhão de postos

Mercado de trabalho mostra recuperação nos EUA

EDMUND L. ANDREWS
DO "NEW YORK TIMES"

O ritmo de criação de empregos acelerou modestamente e o índice de desemprego nos EUA diminuiu em agosto, divulgou ontem o Departamento de Trabalho, em um relatório que trouxe alívio ao presidente George W. Bush.
O país gerou 144 mil empregos, quase o dobro que em julho, mas apenas o suficiente para acompanhar o ritmo de crescimento da população adulta. O índice de desemprego caiu de 5,5% em julho para 5,4%, taxa não alcançada desde outubro de 2001.
O relatório deu evidências de que a recuperação econômica continuará, porém em ritmo mais lento do que a Casa Branca esperava poucos meses atrás.
Mesmo com a nova estimativa de geração de empregos, o país ainda tem quase 1 milhão de postos de trabalho a menos do que tinha quando Bush assumiu a presidência, em janeiro de 2001.
A boa notícia para a economia e para Bush é que o ritmo de criação foi muito mais saudável em agosto do que no mês anterior -o Departamento de Trabalho revisou os dados de julho, de 32 mil para 73 mil novas vagas.
Bush disse que o relatório mostrou que "nossa economia está forte e ficando mais forte" e que "nada vai nos conter".
O senador John Kerry, candidato democrata à eleição de novembro, imediatamente retrucou que o histórico geral de Bush sobre emprego continua sendo o pior de qualquer presidente desde Herbert Hoover (1929-32).
"Bush agora tem certeza de ser o primeiro presidente desde a Grande Depressão que enfrenta a reeleição sem ter criado um único emprego", disse Kerry. "Se você acredita que os empregos perdidos significam que os EUA estão na direção certa, deve apoiá-lo e suas políticas de fracasso."
Como indicador da força econômica, o último relatório foi importante pela ausência de más notícias. O número de empregos aumentou 1,7 milhão desde que o mercado de trabalho começou a se recuperar, em agosto de 2003. Mas, depois de surgirem quase 300 mil empregos por mês de março até maio, o ritmo se desacelerou acentuadamente. Para "zerar" o déficit de Bush, seriam necessárias mais de 200 mil vagas por mês até o fim do ano.
O número total de desempregados continuou quase igual em agosto, 8 milhões. O índice de desemprego declinou, mas porque mais de 150 mil pessoas saíram da força de trabalho em agosto.
Em agosto, a maioria das atividades da economia ganhou pelo menos alguns empregos, com os maiores ganhos nos setores de saúde e assistência social (45 mil postos) e de serviços financeiros e profissionais (32 mil). Já o comércio perdeu 11 mil vagas.
As indústrias manufatureiras, que perderam mais de 2 milhões de empregos nos últimos três anos, continuaram contratando muito cautelosamente. O Departamento do Trabalho estimou que as fábricas tenham contratado 22 mil pessoas em agosto.


Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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