|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔO DA ÁGUIA
País cria 144 mil vagas em agosto, mas saldo no governo Bush ainda é negativo em quase 1 milhão de postos
Mercado de trabalho mostra recuperação nos EUA
EDMUND L. ANDREWS
DO "NEW YORK TIMES"
O ritmo de criação de empregos
acelerou modestamente e o índice
de desemprego nos EUA diminuiu em agosto, divulgou ontem
o Departamento de Trabalho, em
um relatório que trouxe alívio ao
presidente George W. Bush.
O país gerou 144 mil empregos,
quase o dobro que em julho, mas
apenas o suficiente para acompanhar o ritmo de crescimento da
população adulta. O índice de desemprego caiu de 5,5% em julho
para 5,4%, taxa não alcançada
desde outubro de 2001.
O relatório deu evidências de
que a recuperação econômica
continuará, porém em ritmo mais
lento do que a Casa Branca esperava poucos meses atrás.
Mesmo com a nova estimativa
de geração de empregos, o país
ainda tem quase 1 milhão de postos de trabalho a menos do que tinha quando Bush assumiu a presidência, em janeiro de 2001.
A boa notícia para a economia e
para Bush é que o ritmo de criação foi muito mais saudável em
agosto do que no mês anterior
-o Departamento de Trabalho
revisou os dados de julho, de 32
mil para 73 mil novas vagas.
Bush disse que o relatório mostrou que "nossa economia está
forte e ficando mais forte" e que
"nada vai nos conter".
O senador John Kerry, candidato democrata à eleição de novembro, imediatamente retrucou que
o histórico geral de Bush sobre
emprego continua sendo o pior
de qualquer presidente desde
Herbert Hoover (1929-32).
"Bush agora tem certeza de ser o
primeiro presidente desde a
Grande Depressão que enfrenta a
reeleição sem ter criado um único
emprego", disse Kerry. "Se você
acredita que os empregos perdidos significam que os EUA estão
na direção certa, deve apoiá-lo e
suas políticas de fracasso."
Como indicador da força econômica, o último relatório foi importante pela ausência de más notícias. O número de empregos aumentou 1,7 milhão desde que o
mercado de trabalho começou a
se recuperar, em agosto de 2003.
Mas, depois de surgirem quase
300 mil empregos por mês de
março até maio, o ritmo se desacelerou acentuadamente. Para
"zerar" o déficit de Bush, seriam
necessárias mais de 200 mil vagas
por mês até o fim do ano.
O número total de desempregados continuou quase igual em
agosto, 8 milhões. O índice de desemprego declinou, mas porque
mais de 150 mil pessoas saíram da
força de trabalho em agosto.
Em agosto, a maioria das atividades da economia ganhou pelo
menos alguns empregos, com os
maiores ganhos nos setores de
saúde e assistência social (45 mil
postos) e de serviços financeiros e
profissionais (32 mil). Já o comércio perdeu 11 mil vagas.
As indústrias manufatureiras,
que perderam mais de 2 milhões
de empregos nos últimos três
anos, continuaram contratando
muito cautelosamente. O Departamento do Trabalho estimou
que as fábricas tenham contratado 22 mil pessoas em agosto.
Tradução de Luiz Roberto
Mendes Gonçalves
Texto Anterior: Outro lado: Ex-senador diz que ação foi um ato "temerário" Próximo Texto: Mudança: Europa "flexibiliza" regras fiscais Índice
|