|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MUDANÇA
Respeito ao Pacto de Estabilidade levará em conta conjuntura de um país
Europa "flexibiliza" regras fiscais
DA REDAÇÃO
O braço-executivo da União
Européia cedeu ontem aos apelos
dos países da zona do euro e propôs ser mais flexível na interpretação do Pacto de Estabilidade e
Crescimento, que disciplina a política fiscal da região.
A Comissão Européia afirmou
que pretende levar mais em consideração a conjuntura econômica
de um país antes de penalizar os
transgressores do pacto.
Instituído em 1996 para instaurar o rigor orçamentário entre os
países do bloco, o pacto limita a
3% do PIB (Produto Interno Bruto) o déficit fiscal em um ano e a
60% a dívida pública.
"Acredito que as propostas irão
assegurar um pacto mais forte e
com mais credibilidade", declarou o italiano Romano Prodi, presidente da comissão.
Nos últimos anos, muitos economistas criticaram o que classificaram de intransigência da União
Européia, em um momento em
que a economia da região estava
estagnada, e o desemprego, em
elevados níveis recordes (quase
10% da população ativa).
Em novembro passado, quando
Alemanha e França negociaram
para escapar das sanções previstas pelo pacto, críticos disseram
que ele havia perdido de vez a credibilidade. As duas maiores economias da zona do euro violaram
o teto permitido para o déficit fiscal três anos seguidos.
Na ocasião, os dois países argumentaram que "apertar ainda
mais o cinto" acabaria com qualquer possibilidade de recuperação. Em recessão, ambos chegaram a ter "crescimento negativo"
nos primeiros meses de 2003.
Comissário europeu para Assuntos Monetários, Joaquin Almunia citou que haverá "maior
coerência e coordenação" em relação ao objetivo de alcançar a estabilidade e à meta européia de
ser a economia mais competitiva
do mundo em 2010.
A decisão foi saudada pelo ministro alemão de Finanças, Hans
Eichel. "É o que temos pedido o
tempo todo. Aplicar o pacto só ao
"pé da letra" não tem sentido."
Analistas e investidores, porém,
não se mostraram tão satisfeitos.
"[A decisão] leva à noção de que
as regras não estão fixadas, mas
que são flexíveis, o que poderá
criar um risco para a união monetária e econômica", disse Thomas
Mayer, do Deutsche Bank.
Com o "Financial Times"
e agências internacionais
Texto Anterior: Vôo da águia: Mercado de trabalho mostra recuperação nos EUA Próximo Texto: Mercado financeiro: BC pode usar dólar para conter inflação Índice
|