|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crediário ficará mais caro
RICARDO GRINBAUM
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
O consumidor pode se preparar para pagar mais caro nas
compras a prazo. Lojas de eletrodomésticos preparam reajustes nas taxas que cobram
nas vendas parceladas.
A Folha apurou junto a grandes redes que esse aumento
pode chegar a um ponto percentual ao mês.
Hoje, o consumidor paga entre 3,5% e 7,5% ao mês na
compra a crédito, dependendo
do prazo de financiamento. As
novas taxas que estão sendo estudadas pelas lojas e financeiras podem chegar a 8,5%.
A alta dos juros na compra de
eletrodomésticos está diretamente ligada à crise financeira
internacional. "Os juros cobrados das empresas dispararam em agosto", diz Dany
Rappaport, economista do
Banco Santander.
"Também ficou mais difícil
levantar empréstimos porque
há grande incerteza no mercado financeiro", diz o economista Antônio Madeira, da
MCM Consultores.
O mercado financeiro está limitando os empréstimos ou
aumentando os juros, com
medo de que o governo seja
forçado a subir as taxas para
manter o país atraente aos
olhos dos investidores estrangeiros, como fez em outubro
do ano passado.
Para o comércio, a crise traz
uma preocupação adicional: o
risco de recessão. "Caso haja
esfriamento maior da economia, a inadimplência deve voltar a subir. Por essa razão, o
comércio não quer correr riscos e já sobe os juros, diz Denise de Pasqual, da consultoria
Tendências.
Para empresas que podem levantar dinheiro no exterior, a
crise trouxe outro perigo. Existe o receio de que o governo seja forçado a desvalorizar o real.
"Ainda neste ano vamos sofrer o impacto da crise internacional. Ou o governo aumenta
as taxas de juros para diminuir
os efeitos de um ataque contra
o real ou desvaloriza o câmbio", diz o economista Claudio Contador, sócio-diretor da
AMR Editora.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|