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Pacote malaio eleva ações em 6,27%
das agências internacionais
A Bolsa de Kuala Lumpur, na
Malásia, subiu ontem 6,27% sob o
efeito das medidas que estabelecem um câmbio fixo e controlam a
saída de capitais do país, anunciadas na terça-feira.
As ações que tiveram maiores
ganhos no pregão de ontem foram
as de empresas que pertencem a
familiares do primeiro-ministro,
Mahathir Mohamad.
Investidores avaliaram que a decisão de demitir o ministro das Finanças, Anwar Ibrahim, deverá
fortalecer Mahathir no poder.
Apesar da alta de ontem, o mercado acionário ainda acumula 46%
de perdas neste ano.
Analistas afirmaram ontem, porém, que o pacote malaio e a demissão do ministro devem desencorajar os investimentos no país,
provocar inflação e criar um mercado negro que prejudicará a recuperação da economia.
Ontem, o secretário do Tesouro
norte-americano, Robert Rubin,
fez críticas às restrições impostas
ao câmbio. As medidas, segundo
ele, não devem levar ao crescimento e à estabilidade da economia do país.
Sustentar a cotação
A cotação fixa de 3,80 ringgits
por dólar está sendo considerada
insustentável por economistas.
"A curto prazo, o governo poderá
sustentar a cotação. Mas, com o
tempo, a moeda vai se enfraquecer", disse Bill Belchere, chefe de
pesquisa econômica do Merril
Lynch em Cingapura.
Economistas reclamam que, até
agora, o primeiro-ministro não
disse em quais fundamentos está
baseado o valor fixo de 3,80 ringgits por dólar.
Daniel Lian, chefe de mercados
asiáticos do ANZ Investment Bank
em Cingapura, afirma, no entanto, que o ringgit está fixado em um
nível "realista".
Chiang Yao Chye, chefe de pesquisa para Ásia-Pacífico do CIBC
em Cingapura, afirma que o governo só poderá sustentar o câmbio atual por poucos meses. Até lá,
deve adotar medidas que possam
reestruturar e recapitalizar seu setor bancário.
Analistas em Tóquio disseram
ontem que o controle cambial imposto pelo governo malaio deve
cortar investimentos diretos do
exterior e afetar a credibilidade internacional do país.
"As condições econômicas da
Malásia podem piorar se o ringgit
for alvo de um novo ataque especulativo", afirmou Daisuke Hiratsuka, gerente-adjunto do Instituto de Economias em Desenvolvimento.
Ontem, o banco central estendeu o prazo aos bancos para saldarem seus contratos em ringgits. Os
bancos têm até quarta-feira (dia 9)
para liquidar as transações em
ringgits feitas até 31 de agosto. O
prazo anterior era até hoje.
As mudanças anunciadas pelo
governo malaio e a saída do ministro das Finanças tiveram forte repercussão ontem nos mercados
acionários da região (leia texto
nesta página).
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