São Paulo, sexta-feira, 04 de outubro de 2002

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Mais R$ 511 mi fogem da Bovespa

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais R$ 511,568 milhões em capital estrangeiro deixaram a Bolsa de Valores de São Paulo no mês passado. Com o resultado, no acumulado do ano, até 30 de setembro, a fuga de recursos externos da Bovespa está em R$ 2,163 bilhões. Pelo quinto mês consecutivo, o fluxo de investimento estrangeiro ficou negativo.
O resultado era esperado pelo mercado e não interferiu negativamente no fechamento de ontem dos negócios. O Ibovespa, índice que reúne as 55 ações mais negociadas da Bolsa paulista, subiu 3,62% e superou os 9.000 pontos, depois de quatro pregões na casa dos 8.000 -fechou a 9.139 pontos.
O volume negociado, no entanto, continuou baixo, em R$ 446,555 milhões.
Nos primeiros dez dias do mês passado, houve o ingresso de R$ 126,487 milhões em investimento estrangeiro na Bovespa. Esse resultado havia causado certo estranhamento entre analistas e foi em boa parte atribuído à compra de ações da Petrobras. Os papéis da estatal teriam um bom potencial de valorização por conta do movimento de alta do preço do petróleo no mercado internacional, com a expectativa de uma guerra entre EUA e Iraque. Nenhum analista acreditava que os primeiros dias positivos sinalizariam uma tendência para o mês, o que se confirmou.
A Bovespa sofre com a fuga de recursos, assim como todas as Bolsas mundiais. Os mercados de ações globais vivem uma crise de confiança por conta da aversão generalizada ao risco. A situação foi detonada pelas fraudes nos balanços cometidas por empresas norte-americanas. Com as irregularidades, a desconfiança em relação às empresas de países emergentes, como o Brasil, se elevou.
No caso brasileiro, a crise de confiança é agravada por ser, este, um ano eleitoral. Além disso, as pesquisas de intenção de voto mostram ser grandes as possibilidades de um candidato de oposição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ser o novo presidente. O candidato do mercado é o apoiado pelo governo (José Serra).
Apenas quatro ações do Ibovespa se desvalorizaram ontem: Celesc PNB (-1,9%), Inepar PN, (-1,6%), Klabin PN (-1,1%) e Tractebel ON (-0,5%).
As ações preferenciais da Petrobras subiram 2,75% e giraram R$ 37 milhões. As ações do setor bancário também tiveram altas. Bradesco PN subiu 3,91%, e Itaú PN, 4,66%.
A alta de ontem da Bolsa foi atribuída a uma correção -como os preços das ações caíram muito nos últimos, estavam em níveis atrativos. "Com o baixo volume financeiro, essa alta não traz nenhuma empolgação", afirma Helio Osaki, analista da Finambras.


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