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São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Índice cai para 667 pontos após avanço na reforma tributária e perspectivas de melhora na economia global

Risco-país cai 3,19% com sinais positivos

DA REPORTAGEM LOCAL

Perspectiva de melhora da economia mundial e avanços na reforma tributária colaboraram para uma melhora na percepção do risco-país brasileiro ontem.
O indicador, que mede a diferença entre a taxa de juros paga pelo C-Bond (principal título da dívida externa brasileira) e os papéis de mesmo prazo nos Estados Unidos, caiu 22 pontos, de 689 para 667 pontos (-3,19%). Segundo analistas, embora longe do ideal, a volta da tendência de queda -após o aumento do risco na semana passada- é um bom sinal.
Um risco muito elevado revela que investidores estão cobrando juros bem mais altos para financiar determinado país em relação ao que demandam do governo norte-americano.
No caso do Brasil, embora ainda elevado, o risco-país-que chegou a ultrapassar os 2.000 pontos no ano passado por conta das incertezas eleitorais- vem caindo em 2003.
A queda de ontem é explicada principalmente pela divulgação de indicador que apontou melhora no nível de emprego nos EUA. Isso fez os juros no mercado futuro do país subirem.
A lógica por trás desse movimento é a seguinte: uma recuperação da economia deve levar a um reaquecimento da demanda. No futuro, isso pode conduzir a uma elevação da taxa de juros para evitar inflação.
O mercado, como sempre, começou ontem a antecipar essa tendência, o que fez os juros futuros futuros nos EUA subirem.
Quando isso ocorre, para que o risco de um país emergente se mantenha constante, a taxa de juros de financiamento cobrada do mesmo em dólares, tem de subir também. Se isso não acontece, o risco do país emergente cai.
Foi exatamente o que se passou no Brasil ontem. Com isso, o valor do C-Bond se manteve estável, cotado a US$ 0,92 e o risco-país caiu.
"Isso é um bom sinal de confiança no país", afirma Clive Botelho, diretor de tesouraria do Banco Santos.
Segundo Santos, o risco-país brasileiro tem espaço para se reduzir até 550 pontos.
O otimismo do mercado fez o dólar recuar ontem. A queda foi de 0,17%, para R$ 2,887. Os juros futuros projetados para abril de 2004 também caíram, atingindo 17,92%, contra 18,10% na véspera.


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