JOÃO BATISTA NATALI
da Reportagem Local

Em uma das raras estatísticas sobre a criminalidade em que é mencionado, feita pelo Ministério do Interior britânico, o Principado de Mônaco aparecia no ano passado com uma população carcerária de apenas 13 pessoas.
É um dos indicadores de que o minúsculo país -menor que ele, no mundo, apenas a Cidade do Vaticano- não possui um problema sério de segurança pública.
Refúgio de milionários e abrigo para 45 bancos locais ou estrangeiros, Mônaco é também provavelmente o Estado independente em que circula o maior número de seguranças privados.
A criminalidade por certo existe. Mas um tratado assinado com a França em 1918 permite a "exportação" de presos condenados a penas mais longas às penitenciárias do departamento francês dos Alpes Marítimos. Que, por sua vez, não diferencia prisioneiros próprios daqueles que foram julgados pelo tribunal de Sua Alteza Sereníssima, o príncipe Rainier.
De qualquer modo, ao lado de San Marino, Andorra ou Liechtenstein, o Principado de Mônaco é uma curiosidade política e histórica numa Europa em que os feudos de há 1.000 anos ou mais tiveram seus territórios anexados aos atuais grandes Estados.
O minúsculo país, um encrave na costa mediterrânea da França, tem pouco menos de 2 quilômetros quadrados, com 3 km de comprimento. Sua população é de 32 mil habitantes. O PIB (Produto Interno Bruto) por morador é um dos altos do mundo: US$ 25 mil anuais.
Além dos bancos, as 200 empresas de construção civil são a força motriz da economia. O setor hoteleiro é dinâmico: 2.500 quartos e, ao ano, 225 mil visitantes.
Os príncipes Charles 3º, Albert 1º e Louis 2º -todos da dinastia Grimaldi, que governa Mônaco desde 1139- reuniram no século 19 condições para que o território acolhesse proprietários de grandes fortunas. Mônaco foi um paraíso fiscal até que, por pressão da França, enquadrou-se na regulamentação européia.

Glamour
O glamour passou a ter como âncora a ópera e o cassino. Veio depois a moda do banho de mar. O automobilismo, com 57 Grandes Prêmios já disputados, e indiretamente a ex-atriz Grace Kelly (1929-1982), mulher do príncipe reinante, complementam essa imagem.
Pela Constituição de 1962, a segurança pública está subordinada ao Conselho Nacional -um colegiado de 18 membros, renovado por eleição direta a cada cinco anos. Mas é um dos serviços oficiais em que a França dá assessoria, supervisão e treinamento.


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