São Paulo, segunda, 5 de janeiro de 1998.




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DEPOIS DA PRIVATIZAÇÃO
Empresa está reavaliando custos e benefícios da mineração de Salobo e da empresa Docenave
Vale prioriza os projetos mais lucrativos

da Sucursal do Rio

A Vale do Rio Doce ainda está reestudando vários projetos existentes antes da privatização para saber se eles terão prosseguimento e em que condições. O maior deles é o de Salobo, de mineração e metalurgia de cobre e ouro na região de Carajás, no Pará.
O projeto, uma associação da Vale com a sul-africana Anglo American e com participação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), estava orçado em US$ 1,5 bilhão antes da privatização. Novos estudos elevaram a previsão de custos para US$ 1,8 bilhão.
Preocupada em não dar informações que possam gerar reclamações das Bolsas de Valores do Brasil e dos EUA (as ações da Vale deverão começar a ser negociadas na Bolsa de Nova York em 1998), a direção da Vale dá poucos detalhes sobre o andamento desses estudos.
Segundo o presidente do Centro Corporativo e de Relações com o Mercado da Vale, Gabriel Stoliar, o projeto Salobo precisa de "ajustes" e os estudos sobre seu potencial de retorno abrangem desde sua localização, reivindicada pelo Estado do Pará, até a projeção de preço do cobre ao longo dos anos.
"Qualquer projeto que traga valor agregado para os produtos da Vale será tocado", disse. A definição é propositalmente genérica. A precisão só virá quando for divulgado o plano estratégico.
Outro projeto que a Vale está reavaliando é a construção de uma ferrovia de 285 quilômetros entre as cidades mineiras de Unaí e Pirapora, ao custo aproximado de US$ 250 milhões, destinada ao transporte de grãos.
O projeto, segundo Stoliar, está sendo reestudado em conjunto com o governo de Minas, por ser a ferrovia de interesse para o desenvolvimento estadual.
"A Vale não pode mais fazer projetos exclusivamente sob a ótica de compromissos políticos ou desenvolvimentistas", disse Stoliar. A lógica desenvolvimentistas tem que ser agora combinada com a lógica do retorno que o projeto possa dar para a empresa.
Docenave
A Docenave (Vale do Rio Doce Navegação), subsidiária da Vale com uma frota de 15 navios, é outra que está tendo sua função reavaliada. Estudos mostraram que a empresa tem custos operacionais altos em relação ao mercado.
As propostas em discussão vão da venda de toda a frota à reestruturação da empresa. Stoliar disse que é certo apenas que alguns navios serão vendidos por estarem velhos demais.
Também está definido que a Vale fará uma reestruturação nas suas áreas de papel e celulose e de alumínio. Na área de papel e celulose, a empresa quer fundir em uma só empresa as três nas quais tem participação (Bahia Sul, Cenibra e Celmar), devendo procurar depois uma associação com outras empresas do setor. (CHICO SANTOS)


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