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DEPOIS DA PRIVATIZAÇÃO
Empresa está reavaliando custos e benefícios da mineração de Salobo e da empresa Docenave
Vale prioriza os projetos mais lucrativos
da Sucursal do Rio
A Vale do Rio Doce ainda está
reestudando vários projetos existentes antes da privatização para
saber se eles terão prosseguimento
e em que condições. O maior deles
é o de Salobo, de mineração e metalurgia de cobre e ouro na região
de Carajás, no Pará.
O projeto, uma associação da
Vale com a sul-africana Anglo
American e com participação do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), estava orçado em US$ 1,5 bilhão antes da privatização. Novos
estudos elevaram a previsão de
custos para US$ 1,8 bilhão.
Preocupada em não dar informações que possam gerar reclamações das Bolsas de Valores do
Brasil e dos EUA (as ações da Vale
deverão começar a ser negociadas
na Bolsa de Nova York em 1998), a
direção da Vale dá poucos detalhes
sobre o andamento desses estudos.
Segundo o presidente do Centro
Corporativo e de Relações com o
Mercado da Vale, Gabriel Stoliar,
o projeto Salobo precisa de "ajustes" e os estudos sobre seu potencial de retorno abrangem desde
sua localização, reivindicada pelo
Estado do Pará, até a projeção de
preço do cobre ao longo dos anos.
"Qualquer projeto que traga valor agregado para os produtos da
Vale será tocado", disse. A definição é propositalmente genérica. A
precisão só virá quando for divulgado o plano estratégico.
Outro projeto que a Vale está
reavaliando é a construção de uma
ferrovia de 285 quilômetros entre
as cidades mineiras de Unaí e Pirapora, ao custo aproximado de US$
250 milhões, destinada ao transporte de grãos.
O projeto, segundo Stoliar, está
sendo reestudado em conjunto
com o governo de Minas, por ser a
ferrovia de interesse para o desenvolvimento estadual.
"A Vale não pode mais fazer
projetos exclusivamente sob a ótica de compromissos políticos ou
desenvolvimentistas", disse Stoliar. A lógica desenvolvimentistas
tem que ser agora combinada com
a lógica do retorno que o projeto
possa dar para a empresa.
Docenave
A Docenave (Vale do Rio Doce
Navegação), subsidiária da Vale
com uma frota de 15 navios, é outra que está tendo sua função reavaliada. Estudos mostraram que a
empresa tem custos operacionais
altos em relação ao mercado.
As propostas em discussão vão
da venda de toda a frota à reestruturação da empresa. Stoliar disse
que é certo apenas que alguns navios serão vendidos por estarem
velhos demais.
Também está definido que a Vale
fará uma reestruturação nas suas
áreas de papel e celulose e de alumínio. Na área de papel e celulose,
a empresa quer fundir em uma só
empresa as três nas quais tem participação (Bahia Sul, Cenibra e
Celmar), devendo procurar depois
uma associação com outras empresas do setor.
(CHICO SANTOS)
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