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Força pede ao governo que intervenha em fundo
CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Força Sindical e os funcionários da Varig pediram ontem ao
ministro da Previdência Social,
Ricardo Berzoini, a intervenção
do governo no fundo de pensão
da companhia aérea -o Aerus.
A solicitação foi feita ao ministro, pela manhã, na sede da central sindical durante encontro para discutir a reforma da Previdência Social. O pedido ocorreu após
a Apvar (Associação dos Pilotos
da Varig) apresentar estudo que
mostra um déficit no fundo da ordem de R$ 2 bilhões.
"Numa situação financeira tão
desequilibrada, é preciso que o
governo intervenha para evitar
um mal maior", diz Paulo Rabello
de Castro, sócio da RC Consultores, encarregado de analisar a situação financeira do fundo.
O fundo Aerus faz empréstimos
aos trabalhadores e mantém a
complementação da aposentadoria de cerca de 5.000 pilotos e aeroviários da Varig e da falida
Transbrasil. "A direção da Varig
controla o fundo, que hoje é presidido pelo ex-diretor de recursos
humanos da companhia. Os descontos são feitos dos trabalhadores, mas não são repassados ao
fundo", diz o presidente do Sindicato dos Aeroviários do Estado de
São Paulo, Uébio José da Silva.
Os funcionários da Varig querem que o governo faça uma análise detalhada na administração
do fundo. Márcio Marsillac, secretário-geral do comitê de relações industrias da Apvar, diz que
o fundo reduziu em até 30% os
valores de parte das pensões sem
consultar os empregados.
No final da tarde de ontem,
mais um pedido de intervenção
foi feito ao secretário de Previdência Complementar, Adacir Reis. A
assessoria de imprensa informa
que a secretaria vai estudar os aspectos financeiros do fundo para
depois avaliar quais medidas jurídicas podem ser adotadas. Entre
elas, o arresto de aeronaves ou o
bloqueio de contas da companhia
para que o fundo possa saldar
suas dívidas. A Folha não localizou representantes da empresa
ontem para comentar o assunto.
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