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Agenda do governo prevê "programa de imunização"
LEONARDO SOUZA
GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo avalia que a única
forma de enfrentar os abalos provocados pela iminente guerra entre os EUA e o Iraque é cumprir
uma agenda de reformas, chamada de "programa de imunização"
pelo secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Otaviano Canuto.
São medidas estruturais e de
longo prazo, mas que começariam desde já a tornar o país menos vulnerável a choques externos, devido aos efeitos positivos
que gerariam sobre as expectativas dos mercados.
Não há esperança de sair incólume da turbulência financeira esperada em caso de guerra. O que
se quer, de imediato, é atenuar,
sem intervenções, a alta e as oscilações do dólar e do risco-país.
A base da agenda é conhecida:
são as reformas da Previdência e
tributária, a Lei de Responsabilidade Monetária (pela qual seria
concedida a autonomia operacional do Banco Central), a reformulação da Lei de Falências e mais
aperto nos gastos públicos.
Canuto diz que o principal modo de reduzir a vulnerabilidade
externa do país é, a longo prazo,
aumentar a taxa de investimento
com maior participação de poupança interna, o que significaria
menor dependência de empréstimos estrangeiros.
Para isso, afirma, será preciso
melhorar a percepção de risco dos
investidores, com a aprovação
das reformas estruturais.
Ele diz que é necessário fortalecer o mercado de capitais, no qual
mais empresas poderiam encontrar uma alternativa de financiamento ao crédito bancário. Hoje,
muitas delas recorrem ao mercado externo porque internamente
há escassez de capital e, consequentemente, juros altos.
Segundo Canuto, o governo
pretende estimular o mercado de
crédito com mudanças na legislação para reduzir o risco dos credores, facilitando a execução de
garantias. Para isso, será apoiado
o projeto que muda a Lei de Falências, para limitar a preferência
hoje dada aos trabalhadores no
recebimento de valores devidos
pelas empresas falidas.
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