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CRÉDITO
Taxas cobradas dos consumidores e das empresas são muito maiores que a Selic, que o BC aumentou para 25,5%
Juro de empréstimo pessoal chega a 100%
DA REPORTAGEM LOCAL
As taxas de juros pagas por empresas e nos empréstimos pessoais seguem em alta. Levantamento feito pelo Procon no mês
passado mostra que os juros cobrados pelas instituições financeiras continuam muito superiores à
taxa básica (Selic), atualmente em
25,5% ao ano.
Nos empréstimos pessoais, a taxa média em janeiro praticada pelos bancos ficou em 5,95% ao
mês, o que dá uma taxa média
anual de 99,98%. No ano passado,
a taxa de juros média mensal foi
de 5,62%. Em 2001, essa média
mensal era de 4,85%.
Para pessoa jurídica, a diferença
entre as taxas praticadas pelo
mercado e a Selic também é bastante expressiva.
No caso de desconto de duplicatas, o custo médio para uma empresa realizar a operação em janeiro era de 64,03% anuais, como
mostram dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos
de Finanças, Administração e
Contabilidade). Em dezembro, a
taxa média cobrada pela operação
era de 63,46% ao ano. Para capital
de giro, uma empresa paga atualmente juros médios de 59,55%,
contra 59% anuais em dezembro
do ano passado.
Com as sucessivas elevações da
Selic desde outubro, as chances de
as instituições financeiras reduzirem os juros praticamente desapareceram.
Mensalmente, o Copom (Comitê de Política Monetária, formado
pelo presidente e pelos diretores
do Banco Central) se reúne e define a Selic. Essa taxa serve de referência para o mercado e é utilizada como parâmetro nas operações de empréstimos interbancários. Assim, acaba tendo influência sobre os juros de toda a economia. A elevação da Selic normalmente tem como resultado a alta
dos juros de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas.
O consumidor se depara com
taxas elevadíssimas também
quando opta por um crediário no
comércio. As taxas nesse tipo de
operação saltaram, na média, para 117,02% ao ano após o último
aumento da Selic, em janeiro. Em
dezembro, estavam em 116,29%.
O cheque especial é outro problema para as pessoas que necessitam utilizar o serviço. As taxas
médias cobradas estão em
220,06% ao ano.
As instituições financeiras alegam que a inadimplência é uma
das principais razões para os altos
juros. A possibilidade de calote
exigiria a cobrança de taxas mais
elevadas como forma de compensação. Os altos custos das operações também servem de justificativa para as taxas permanecerem
elevadas. O repasse da alta da Selic
para as outras taxas não costuma
ser percentualmente equivalente.
Se a Selic aumenta um ponto percentual, as outras taxas acabam
subindo percentualmente mais.
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