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Governo vai taxar todas as exportações
FABRICIO VIEIRA
DE BUENOS AIRES
O governo argentino decidiu taxar todas as exportações do país. Até o momento, apenas a venda de petróleo e derivados ao exterior
havia sofrido a imposição de
um imposto novo.
O ministro da Economia,
Jorge Remes Lenicov, anunciou a decisão do governo de
taxar em 10% todas as exportações de produtos primários e em 5% as de produtos manufaturados.
"O setor exportador foi o
que mais ganhou com a desvalorização do peso", tentou
justificar a decisão Lenicov.
O que for arrecadado com o
novo imposto -estimado
pelo governo em 1,4 bilhão
de pesos no ano- será destinado a programas sociais.
As petroleiras começaram
a pagar neste mês uma tarifa
de 20% sobre suas exportações. O imposto criou uma
grande polêmica, que teve
como resposta uma greve no
setor petroleiro e o aumento,
em torno de 5%, nos preços
dos combustíveis.
O ministro da Economia
também afirmou que o Banco Central vai apresentar
nesta semana a formação de
um mercado futuro e de opções, com o qual o país não
conta atualmente.
Aos investidores com dinheiro preso pelo curralzinho, o governo deu a opção
de três títulos públicos para
ter acesso a seus recursos. Os
títulos, dois em dólares e um
peso, terão até 10 anos de
prazo de resgate e poderão
ser negociados no mercado
secundário.
O governo argentino se
prepara para intensificar sua
atuação no mercado de câmbio para tentar deter a escala
do dólar. A mudança na tática seria uma forma de conseguir corroborar as promessas de que o dólar ficará
próximo dos 1,70 peso quando o governo assim desejar.
O dólar recuou ontem
2,3% e fechou vendido a 2,15
pesos. O BC interveio com a
venda de dólares, segundo
operadores de mercado. Os
lotes teriam totalizado cerca
de US$ 40 milhões.
Desde que a Argentina começou a operar com um
câmbio livre, no dia 11 de janeiro, o governo já gastou
cerca de US$ 600 milhões em
intervenções. O BC passaria
a vender lotes maiores, em
torno de US$ 300 milhões,
para que sua ação no câmbio
dê resultados mais efetivos.
Com um novo pacto fiscal
fechado com as províncias e
a aprovação do Orçamento
pela Câmara de Deputados,
o governo argentino recebe a
missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) hoje
para iniciar as negociações
para um pacote de socorro
financeiro ao país.
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