São Paulo, terça-feira, 05 de março de 2002

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Técnica não garante imunidade da planta

DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de criar um cacaueiro imune à vassoura-de-bruxa está fora de cogitação. Segundo o professor de geografia agrária da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz), Agenor Gasparetto, 44, a implantação da clonagem nas lavouras começa a dar resultados positivos, no entanto, para produtores, ainda é cedo para comemorar.
Embora os últimos três anos indiquem a tendência de recuperação da produção, é preciso ficar atento ao fato que uma das principais características da produção cacaueira é a alternância de safras boas e ruins.
O professor afirma que, apesar de a técnica se mostrar eficiente a curto e médio prazos, o índice de sucesso desta tecnologia no longo prazo inspira cautela .
Experiências em lavouras de cacau no Equador mostram que as árvores clonadas perderam a resistência à doença dez anos após a implantação da técnica.
No Brasil, as perspectivas parecem melhores. O coordenador de melhoramento genético do Ceplac, Wilson Monteiro, argumenta que a perda de resistência em qualquer variedade clonal não é motivo para alarme.
Ao longo dos anos, esse fenômeno ocorre devido a mudanças genéticas no fungo causador da vassoura-de-bruxa, porém não se pode prever em quanto tempo as árvores clonadas poderão perder a resistência ou se o fato poderá comprometer a lucratividade da produção.
A fim de tentar adiar a eventual perda de eficácia da clonagem ao longo dos anos, pesquisadores do Ceplac (Centro de Pesquisas do Cacau) apostam na utilização de materiais genéticos mais resistentes à vassoura-de-bruxa.
A estratégia do Ceplac consiste em incentivar a utilização de variedades clonais diferentes por área de plantio.
Segundo pesquisadores, com essas medidas há grande possibilidade de o Brasil obter resultados diferentes daqueles das lavouras equatorianas.



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