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Técnica não garante imunidade da planta
DA REPORTAGEM LOCAL
A possibilidade de criar um cacaueiro imune à vassoura-de-bruxa está fora de cogitação. Segundo o professor de geografia
agrária da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz), Agenor
Gasparetto, 44, a implantação da
clonagem nas lavouras começa a
dar resultados positivos, no entanto, para produtores, ainda é
cedo para comemorar.
Embora os últimos três anos indiquem a tendência de recuperação da produção, é preciso ficar
atento ao fato que uma das principais características da produção
cacaueira é a alternância de safras
boas e ruins.
O professor afirma que, apesar
de a técnica se mostrar eficiente a
curto e médio prazos, o índice de
sucesso desta tecnologia no longo
prazo inspira cautela .
Experiências em lavouras de cacau no Equador mostram que as
árvores clonadas perderam a resistência à doença dez anos após a
implantação da técnica.
No Brasil, as perspectivas parecem melhores. O coordenador de
melhoramento genético do Ceplac, Wilson Monteiro, argumenta que a perda de resistência em
qualquer variedade clonal não é
motivo para alarme.
Ao longo dos anos, esse fenômeno ocorre devido a mudanças
genéticas no fungo causador da
vassoura-de-bruxa, porém não se
pode prever em quanto tempo as
árvores clonadas poderão perder
a resistência ou se o fato poderá
comprometer a lucratividade da
produção.
A fim de tentar adiar a eventual
perda de eficácia da clonagem ao
longo dos anos, pesquisadores do
Ceplac (Centro de Pesquisas do
Cacau) apostam na utilização de
materiais genéticos mais resistentes à vassoura-de-bruxa.
A estratégia do Ceplac consiste
em incentivar a utilização de variedades clonais diferentes por
área de plantio.
Segundo pesquisadores, com
essas medidas há grande possibilidade de o Brasil obter resultados
diferentes daqueles das lavouras
equatorianas.
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