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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa recua 0,7% com medo de CPI dos bingos; ações preferenciais da AmBev seguem em queda
Dólar interrompe quedas e fecha estável
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar interrompeu ontem
uma seqüência de sete quedas
consecutivas e fechou praticamente estável, com variação de
0,03%. A moeda norte-americana
terminou o dia a R$ 2,889. Mesmo
assim, a cotação permanece no
mais baixo nível desde 12 de fevereiro, véspera do aparecimento de
acusações contra um assessor do
ministro José Dirceu (Casa Civil).
""O mercado cansou de testar o
Banco Central. Estava forçando
uma baixa no dólar, esperando
que voltasse a intervir. Mas o BC
só voltará a comprar se aumentar
muito o fluxo de moeda", diz Rodrigo Trotta, do banco Banif Primus. Trotta se referia à política
anunciada pelo BC em janeiro, no
auge das captações externas, de
fazer leilões de compra para reforçar as reservas (e impedir uma
queda muito forte nas cotações).
De sua parte, a Bovespa registrou uma jornada de muita volatilidade, permeada por uma alta de
até 0,94%, mas fechou em baixa:
0,7%, com o Ibovespa em 22.392
pontos e volume negociado de R$
1,347 bilhão. Na avaliação de analistas, a Bovespa permanece sensível ao cenário político. O novo
elemento de preocupação foi
agregado pelo senador Magno
Malta (PL-ES), que protocolou no
Congresso um pedido para abertura de uma CPI dos bingos. A
eventual instalação de CPI, temem os analistas, poderia comprometer a votação de projetos
como o da Lei de Falências.
Mas entre as reformas em andamento há as que desagradam ao
mercado, o que se percebeu ontem com aprovação simbólica no
Senado do novo modelo do setor
elétrico. As ações das distribuidoras estiveram entre as maiores
baixas, puxadas por Tractebel
(-4,9%) e Cemig (-3,9%).
Os papéis preferenciais da AmBev continuaram em queda livre
no dia seguinte ao anúncio do
acordo que resultará na troca do
controle acionário para a cervejaria belga Interbrew. Ontem, caíram 3,9% -em dois dias, a queda
chega a 20%. A Interbrew fará
uma oferta pública pelas ações ordinárias dos minoritários. Os detentores de ações ON poderão
vender seus papéis por 80% do
valor pago aos controladores, o
significa cerca de R$ 1.100. Diante
disso, os portadores de ações PN
se desfazem de seus papéis (que
recuaram para R$ 624,99 por lote
de mil ações) e correm para as ordinárias, que ontem já eram cotadas a R$ 960 -contra os R$ 870
de anteontem.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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