São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa recua 0,7% com medo de CPI dos bingos; ações preferenciais da AmBev seguem em queda

Dólar interrompe quedas e fecha estável

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar interrompeu ontem uma seqüência de sete quedas consecutivas e fechou praticamente estável, com variação de 0,03%. A moeda norte-americana terminou o dia a R$ 2,889. Mesmo assim, a cotação permanece no mais baixo nível desde 12 de fevereiro, véspera do aparecimento de acusações contra um assessor do ministro José Dirceu (Casa Civil).
""O mercado cansou de testar o Banco Central. Estava forçando uma baixa no dólar, esperando que voltasse a intervir. Mas o BC só voltará a comprar se aumentar muito o fluxo de moeda", diz Rodrigo Trotta, do banco Banif Primus. Trotta se referia à política anunciada pelo BC em janeiro, no auge das captações externas, de fazer leilões de compra para reforçar as reservas (e impedir uma queda muito forte nas cotações).
De sua parte, a Bovespa registrou uma jornada de muita volatilidade, permeada por uma alta de até 0,94%, mas fechou em baixa: 0,7%, com o Ibovespa em 22.392 pontos e volume negociado de R$ 1,347 bilhão. Na avaliação de analistas, a Bovespa permanece sensível ao cenário político. O novo elemento de preocupação foi agregado pelo senador Magno Malta (PL-ES), que protocolou no Congresso um pedido para abertura de uma CPI dos bingos. A eventual instalação de CPI, temem os analistas, poderia comprometer a votação de projetos como o da Lei de Falências.
Mas entre as reformas em andamento há as que desagradam ao mercado, o que se percebeu ontem com aprovação simbólica no Senado do novo modelo do setor elétrico. As ações das distribuidoras estiveram entre as maiores baixas, puxadas por Tractebel (-4,9%) e Cemig (-3,9%).
Os papéis preferenciais da AmBev continuaram em queda livre no dia seguinte ao anúncio do acordo que resultará na troca do controle acionário para a cervejaria belga Interbrew. Ontem, caíram 3,9% -em dois dias, a queda chega a 20%. A Interbrew fará uma oferta pública pelas ações ordinárias dos minoritários. Os detentores de ações ON poderão vender seus papéis por 80% do valor pago aos controladores, o significa cerca de R$ 1.100. Diante disso, os portadores de ações PN se desfazem de seus papéis (que recuaram para R$ 624,99 por lote de mil ações) e correm para as ordinárias, que ontem já eram cotadas a R$ 960 -contra os R$ 870 de anteontem. (JOSÉ ALAN DIAS)


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