EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE

O setor eletroeletrônico fechou o ano de 2004 com um déficit de US$ 7,3 bilhões na sua balança comercial, um aumento de 38,4% em relação ao resultado do ano anterior. O resultado se deve, principalmente, à queda nas exportações de telefones celulares e ao aumento nas importações de componentes eletrônicos e de telecomunicações.
As vendas externas de telefones celulares caíram 31%, enquanto as compras cresceram 92% no ano passado. O resultado negativo da balança do setor é resultado da diferença entre exportações de US$ 5,34 bilhões e importações de US$ 12,64 bilhões, segundo dados da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Em 2004, as vendas para o exterior cresceram 12%, enquanto as importações aumentaram 26%.
Em relação às transações comerciais com as diversas regiões do mundo, destacou-se o déficit gerado com o Sudeste Asiático (US$ 5,9 bilhões), que foi o maior responsável pelo déficit do setor.
Os negócios com a União Européia e os Estados Unidos também geraram saldos negativos "significativos", de US$ 2,1 bilhões e US$ 1,0 bilhão, respectivamente.
As exportações de produtos de telecomunicações caíram 14,4% no ano passado (para US$ 1,142 bilhão) -a única área que apontou retração. O resultado foi puxado pela queda de 31% nas vendas externas de telefones celulares, para US$ 736 milhões.
A Abinee ressalta que no último trimestre do ano houve um reversão desse quadro, com uma aumento de 134% na média mensal de exportações em relação à média dos trimestres anteriores. Também foi destaque o crescimento de 305% nas vendas desse produto para a Argentina -para US$ 234 milhões, próximo do valor exportado para os EUA, que caiu 68%, para US$ 284 milhões.
A área com maior crescimento nas exportações foi a de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (+66,5%, para R$ 274,7 milhões). Os componentes elétricos e eletrônicos (alta de 13,2%) foram os responsáveis pelo maior montante exportado (US$ 2 bilhões).
As importações de componentes elétricos e eletrônicos cresceram 36,4% e responderam por quase dois terços das compras do setor no exterior (US$ 7,8 bilhões). Também houve forte aumento nas compras de equipamentos para telecomunicações e de produtos de utilidades domésticas. Foram destaque as compras de telefones celulares, que cresceram 92%, e as de aparelhos de som e vídeo (alta de 141%).


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