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Incentivo de cooperativas é taxa de juro menor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os juros cobrados pelas cooperativas de crédito são em média
um terço das taxas aplicadas pelos
bancos nos financiamentos mais
baratos. Comparados com o cheque especial, os juros das cooperativas são inferiores a um quinto
do cobrado pelos bancos.
Na cooperativa do Sindicato
dos Bancários de São Paulo, por
exemplo, o juro médio para empréstimos é de 34% ao ano. Segundo dados do Banco Central, a
taxa média do empréstimo pessoal nos bancos em fevereiro era
de 98,9% ao ano. A do cheque especial, de 173,1%.
O modelo de microcrédito operado pelo BNDES via organizações não-governamentais aplica a
TJLP, hoje em 12% ao ano. Nos
primeiros cinco anos de funcionamento do programa, foram
concedidos empréstimos em 491
municípios de 16 Estados. As
ONGs se responsabilizam pela
análise de crédito e têm prazo de
oito anos para pagar, depois de
carência de nove meses.
Para ter direito a tomar empréstimos numa cooperativa de crédito, o interessado precisa associar-se à cooperativa, "comprando"
cotas, como se fossem de uma
companhia. O valor crédito é dado de acordo com o número de
cotas que a pessoa tem na cooperativa. Na cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, o
valor da cota é de R$ 40. O limite
para empréstimo é de cinco vezes
o total integralizado pelo cooperado, desde que a primeira parcela do pagamento não supere um
terço de seu salário.
Nas cooperativas, em caso de falência, o prejuízo fica com os associados. Os clientes dos bancos
contam com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que cobre
até R$ 20 mil dos correntistas se a
instituição quebrar, independentemente de ações na Justiça para
reaver o restante.
No lado da aplicação, a cooperativa dos bancários paulistas remunera o dinheiro do associado
em 1% ao mês mais a TR (Taxa de
Referência) -total de 1,5%, aproximadamente-, o dobro do que
paga a poupança, 0,5% mais TR.
As cooperativas de crédito cresceram de forma significativa nos
últimos anos, enquanto o número
das instituições tradicionais, como bancos comerciais e financeiras, encolheu quase que na mesma velocidade. Hoje, são mais de
1,5 milhão de brasileiros associados a cooperativas de crédito.
Mas elas representavam apenas
1,64% do total das operações de
crédito em junho passado.
Agricultura
Uma das alternativas propostas
pela área social do governo para
ampliar o crédito à agricultura familiar é a redução dos custos das
linhas operadas pelo Banco do
Brasil. Depois de pelo menos duas
rodadas de negociação, o banco
ainda resiste.
Roberto Torres, gerente-executivo de Agronegócios do BB, disse
que o banco estuda a redução de
custos e que há disposição de simplificar o crédito: "Vamos entregar uma proposta ao governo até
o final de maio".
No entanto, Torres afirmou que
a redução das taxas só poderá ser
confirmada após a conclusão do
estudo. Ele antecipou que o valor
da taxa de administração cobrada
nesse tipo de contrato (R$ 8,99
mensais) já é baixa.
O governo planeja lançar ainda
em maio um pacote de medidas
de apoio à agricultura familiar,
mostrando inclusive que os bancos públicos, ao reduzir taxas de
administração e de risco, estão fazendo política social.
O objetivo político das medidas
é sinalizar, por meio da concessão
de crédito, que uma das prioridades do governo é fixar o homem
no campo. As medidas serão
anunciadas como uma ação do
Fome Zero.
É a linha batizada de Pronaf Alimentos que terá maior "proximidade" com o Fome Zero em razão
de seus recursos (R$ 700 milhões)
serem direcionados para o plantio
de feijão, arroz, mandioca e milho. Agricultores com renda anual
de até R$ 30 mil poderão se candidatar ao recurso.
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