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EXUBERÂNCIA ARTIFICIAL
Brasil quer turbinar seios nos EUA
ANDREI KHALIP
DA REUTERS, NO RIO
Os seios exuberantes exibidos
pelas rainhas da beleza no Carnaval do Rio ou aqueles que distendem os biquínis exibidos nas
praias brasileiras muitas vezes
têm pouco a ver com a generosidade da natureza.
De fato, uma pequena fábrica
no subúrbio do Rio de Janeiro,
produtora de implantes de silicone, responde pela maior parte
dos decotes ditos "turbinados"
neste país tropical famoso pelo
culto aos corpos bonitos.
Além de ser responsável pelos
implantes de silicone mamário
de oito entre dez brasileiras, a
Silimed exporta 65% de sua produção e é a terceira maior fornecedora mundial de implantes do
gênero.
No terceiro trimestre deste
ano, a Silimed abrirá uma nova
fábrica, capaz de produzir 500
mil pacotes de implantes de silicone mamários ao ano, mais
que três vezes as dimensões
atuais de sua capacidade de produção, de 150 mil unidades
anuais, enquanto prepara um
ataque ao mercado dos EUA.
Usando matéria-prima certificada, importada dos EUA, a Silimed produz principalmente
implantes mamários, mas também implantes faciais, glúteos e
de testículos, todos fabricados
com gel de silicone.
"Podemos conquistar 10% do
mercado americano com facilidade, logo no começo das operações, em 2004 ou 2005", diz
Antoine Robert, presidente da
Silimed, francês que vive no
Brasil desde 1974.
Por enquanto, os implantes da
Silimed vêm passando por testes clínicos nos EUA. Mil pacientes precisam ser estudadas,
em dois anos, para que a aprovação seja obtida.
Nos Estados Unidos, são realizados 350 mil implantes mamários ao ano -60% da demanda
mundial.
No Brasil, entre 25 mil e 27 mil
mulheres passam por cirurgias
de aumento de seios a cada ano.
Os pacotes de silicone com o logotipo da Silimed foram usados
por 19 mil mulheres em 2003.
Robert e Margaret Figueiredo,
sua sócia, criaram a empresa 25
anos atrás.
"Agora exportamos para 50
países, e o mercado local começou a florescer há cinco anos",
diz Figueiredo, que era professora de francês e marchand antes de fundar a Silimed.
A empresa atravessou inúmeras crises econômicas e conseguiu construir sua fábrica, avaliada em US$ 4,5 milhões, com
dinheiro gerado por seus próprios negócios.
Embora tamanhos maiores
sejam fornecidos à Europa, a Silimed não produz os megapacotes populares no mundo da pornografia. "Uma norte-americana bem magrinha e com implantes enormes de silicone nos
seios nos pediu recentemente
que produzíssemos um novo
implante de quatro litros, mas
não fazemos essas coisas", disse
Figueiredo.
Tradução de Paulo Migliacci
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