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CURTO-CIRCUITO
Eletropaulo é a dona
Venda de prédios da AES preocupa BNDES
DA SUCURSAL DO RIO
A colocação à venda pela Eletropaulo de dois imóveis na capital paulista está preocupando o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O banco estatal tem créditos
no valor de US$ 1,2 bilhão (cerca
de R$ 3,5 bilhões) a receber da
AES, controladora da Eletropaulo, decorrentes de financiamentos
feitos para a compra de ações da
distribuidora paulista.
O banco foi informado sobre a
venda dos imóveis pelo presidente do Sindicato dos Eletricitários
de São Paulo, Antônio Carlos dos
Reis, e não quis se manifestar sobre o fato. O BNDES está tentando levar a leilão as ações da Eletropaulo pertencentes à AES. A empresa norte-americana está inadimplente com o banco desde janeiro deste ano.
Segundo a Folha apurou, a notícia da venda dos imóveis gerou na
direção do banco a preocupação
de que uma política de venda de
imóveis possa reduzir o valor patrimonial da distribuidora e deprimir os preços das ações a serem leiloadas.
A Eletropaulo informou que os
dois imóveis serão vendidos para
reduzir custos e gerar recursos
para a área operacional.
Segundo a empresa, o contrato
de concessão assinado com a
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) determina que os recursos obtidos com a venda do
patrimônio imobiliário só podem
ser aplicados na sua própria área
operacional.
Os imóveis à venda são dois
prédios, um na Barra Funda (centro), onde hoje funciona a área da
empresa que cuida da revisão e
substituição de medidores de
consumo de energia elétrica, e outro na Água Branca (zona oeste).
O presidente do Sindicato dos
Eletricitários disse que a AES está
"dilapidando" o patrimônio da
Eletropaulo ante a possibilidade
de vir a perder o controle acionário da empresa. Segundo a Eletropaulo, não há uma política de
venda geral de imóveis e apenas
esses dois estão sendo vendidos.
Reis disse que, além de comunicar ao BNDES, enviou ofícios à
Aneel e à CSPE (Comissão de Serviços Públicos e Energia) -órgão
do governo do Estado de São Paulo-, informando sobre a venda
dos imóveis. Segundo ele, o prédio da Barra Funda está sendo
oferecido por R$ 6 milhões. A Eletropaulo não confirmou a informação.
Em dezembro do ano passado,
a distribuidora vendeu à empresa
Chaminox Participações, por R$
141,6 milhões, um prédio inacabado na esquina das avenidas das
Nações Unidas e Presidente Juscelino Kubitschek. O prédio estava sendo erguido para ser a futura
sede da empresa.
(CHICO SANTOS)
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