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COMBUSTÍVEIS
Liminar barra cobrança
Evasão fiscal custa R$ 4 bi ao governo
DO ENVIADO ESPECIAL A MACAÉ (RJ)
Só neste ano o governo federal
perderá R$ 4 bilhões em arrecadação de tributos por causa da
evasão fiscal no setor de combustíveis, disse a ministra de Minas e
Energia, Dilma Rousseff.
Para combater as irregularidades, Dilma afirmou que o governo
"fará uma gestão" com o Judiciário, o Ministério Público Federal e
a Advocacia Geral da União para
reduzir a concessão de liminares
contra a cobrança de tributos. Ela
não explicou quais medidas serão
tomadas.
Ainda sobre combustíveis, a ministra disse que o mercado é livre
e continuará assim, descartando
um controle de preços: "Achamos
o tabelamento uma prática absolutamente ineficiente e improdutiva", disse, em Macaé (RJ), durante a 2ª Feira Brasil OffShore.
Na semana passada, o ministério divulgou lista com preços teóricos dos combustíveis, informando que faria uma "varredura" nos postos que praticassem
valores maiores. O fato gerou o
receio da volta do tabelamento.
Para a ministra, existem dois cenários de preço: se está muito baixo, é sinal de que pode haver adulteração ou sonegação; valores elevados indicam que "não foi repassada" a redução de preço na refinaria.
Tanto numa ponta como na outra, disse, todos os órgãos de governo trabalharão em conjunto
para evitar essas distorções. "Agiremos com uma só inteligência,
como um órgão só."
O esforço integra a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o Cade
(Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico), a SDE (Secretaria de Direito Econômico) e o ministério. Serão monitorados preços e qualidade, por meio do que classificou
como uma "rastreabilidade". O
mecanismo terá como base os dados dos levantamentos de preço
da ANP, orientando a fiscalização
para os revendedores que trabalham com preços distorcidos.
Antes, disse, havia problemas
"na formatação dos processos"
até que os indícios de irregularidades fossem ao Cade, que julga
práticas ilegais de mercado.
A ministra disse ainda que a indústria do petróleo -na fabricação de bens e prestação de serviços para o setor e na expansão do
refino- tem um "papel estruturante no desenvolvimento" do
país e na geração de empregos.
Assim como ocorre com as plataformas da Petrobras, Dilma disse que os novos investimentos no
setor elétrico -linhas de transmissão, geradores de usinas
etc.- e no de gás natural -como
dutos- terão a obrigatoriedade
de um percentual mínimo de encomendas à indústria nacional.
Ela não detalhou como isso
ocorrerá. No caso das plataformas, cerca de 60% da obra tem de
ser fornecida por indústrias instaladas no Brasil.
Feira
Iniciada em 2001, a feira Brasil
OffShore alcançou em sua segunda edição a marca de terceiro
maior evento do setor no mundo,
segundo seu organizador, Eric
Henderson. Só perde para as de
Houston (EUA) e da Escócia.
São neste ano 407 empresas expondo seus produtos voltados para exploração e produção de petróleo em águas profundas, tecnologia em que a Petrobras é líder
mundial. Companhias de 33 países montaram estandes.
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