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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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DEPOIS DO G8

Diretor do FMI recomenda controle dos gastos públicos nos EUA e pede reformas estruturais no Japão e na Europa

Köhler dá puxão de orelha nos países ricos

DA REDAÇÃO

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Horst Köhler, deu um puxão de orelha, ontem, nas três principais economias do planeta. Köhler recomendou que os EUA controlem seus gastos públicos e cobrou reformas estruturais dos estagnados Japão e Europa.
"O que falta no momento é a faísca que reacenda a confiança", disse Köhler, em palestra ao Instituto de Finanças Internacionais de Berlim. "Isso depende da liderança política das principais economias."
O diretor do Fundo prosseguiu, dizendo que os EUA deveriam reequilibrar seu orçamento, e as reformas estruturais, especialmente na Europa e no Japão, deveriam ser aceleradas. Cobrou ainda "um avanço decisivo na remoção das barreiras ao comércio internacional".
Estimativas do próprio governo norte-americano indicam que o déficit público passará de US$ 300 bilhões neste ano, um recorde sem precedentes.
As contas do país foram afetadas pelos gastos com a guerra contra o Iraque e pela redução de impostos aprovada pelo presidente George W. Bush.
No entanto, o número um do Fundo disse que as perspectivas globais melhoraram recentemente. "Olhando adiante, não sou pessimista. Há capital de sobra no mundo à procura de oportunidades, para que seja utilizado de maneira produtiva."
Köhler disse que ficou feliz ao ouvir os líderes do Grupo dos Oito se comprometendo a acelerar o crescimento econômico, durante a cúpula de Evian, em Paris, nesta semana.
"Mas, é claro, precisamos de ação", disse o economista alemão. "Tenho certeza de que os líderes do G8 compreendem a responsabilidade que têm no crescimento econômico, ao acelerar o processo de reformas estruturais."
Köhler destacou ainda, durante a palestra, o avanço obtido nas economias emergentes, o que possibilitou que os papéis desses países atingissem os maiores valores desde a época da crise da moratória Russa, em 1998.
Mas ressalvou: "Enquanto saudamos esse avanço, devemos tomar cuidado com os erros cometidos no passado".
Já a vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, em visita ao Japão, reconheceu que o país fez algumas conquistas no que diz respeito às reformas estruturais, mas disse que o avanço ainda é muito tímido. A economia japonesa está estagnada há praticamente dez anos.


Com agências internacionais


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