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VIZINHO EM CRISE
Argentina tem 1ª deflação após fim da paridade
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
A Argentina registrou em maio
a primeira deflação desde o fim da
paridade cambial entre o peso e o
dólar. O IPC (Índice de Preços ao
Consumidor), calculado pelo Indec, instituto de estatísticas do governo, recuou 0,40% no mês passado. A última vez que o indicador teve deflação foi em dezembro de 2001 -mês da renúncia do
ex-presidente Fernando de la
Rúa-, quando recuou 0,10%.
O resultado negativo, segundo
economistas, pode ser um alerta
de que o ritmo de recuperação da
economia argentina começou a
diminuir. O setor produtivo, que
ajudou a puxar o crescimento de
5,2% do PIB (Produto Interno
Bruto) no primeiro trimestre deste ano, não consegue se manter.
Segundo dados do Indec, a produção industrial recuou 0,8% em
abril, após ter crescido 3,3% em
janeiro deste ano.
A redução da oferta de crédito,
que já era escassa, também prejudica a recuperação. Estudo realizado pelo Ministério da Economia mostra que houve recuo de
11% na oferta de crédito em maio
em relação a dezembro de 2002.
A recente valorização do peso
em relação ao dólar também é
apontada como motivo para a
queda no ritmo de recuperação
da economia. Desde o início do
ano, o dólar já caiu mais de 16%
em relação ao peso.
Ontem, em reunião com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, o presidente da UIA
(União Industrial Argentina), Alvarez Gaiani, disse que o dólar cotado abaixo de 3 pesos traz "inconvenientes" para a indústria.
Ontem, a moeda norte-americana fechou negociada a 2,85 pesos.
Os empresários reclamam que o
dólar mais barato desestimula as
exportações e incentiva as importações, que cresceram nos últimos meses. Em abril, último dado
disponível no Indec, as importações aumentaram 81% em relação
a abril do ano passado.
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