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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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VIZINHO EM CRISE

Argentina tem 1ª deflação após fim da paridade

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

A Argentina registrou em maio a primeira deflação desde o fim da paridade cambial entre o peso e o dólar. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), calculado pelo Indec, instituto de estatísticas do governo, recuou 0,40% no mês passado. A última vez que o indicador teve deflação foi em dezembro de 2001 -mês da renúncia do ex-presidente Fernando de la Rúa-, quando recuou 0,10%.
O resultado negativo, segundo economistas, pode ser um alerta de que o ritmo de recuperação da economia argentina começou a diminuir. O setor produtivo, que ajudou a puxar o crescimento de 5,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre deste ano, não consegue se manter. Segundo dados do Indec, a produção industrial recuou 0,8% em abril, após ter crescido 3,3% em janeiro deste ano.
A redução da oferta de crédito, que já era escassa, também prejudica a recuperação. Estudo realizado pelo Ministério da Economia mostra que houve recuo de 11% na oferta de crédito em maio em relação a dezembro de 2002.
A recente valorização do peso em relação ao dólar também é apontada como motivo para a queda no ritmo de recuperação da economia. Desde o início do ano, o dólar já caiu mais de 16% em relação ao peso.
Ontem, em reunião com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, o presidente da UIA (União Industrial Argentina), Alvarez Gaiani, disse que o dólar cotado abaixo de 3 pesos traz "inconvenientes" para a indústria. Ontem, a moeda norte-americana fechou negociada a 2,85 pesos.
Os empresários reclamam que o dólar mais barato desestimula as exportações e incentiva as importações, que cresceram nos últimos meses. Em abril, último dado disponível no Indec, as importações aumentaram 81% em relação a abril do ano passado.


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