São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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Empresários esperam juro mais baixo em dezembro, diz pesquisa

MARCOS CÉZARI
da Reportagem Local

A taxa de juros Selic (para títulos públicos federais), atualmente em 23,5%, deverá cair para entre 16% e 19% no final do ano.
Essa é a opinião de 43% dos 267 empresários, diretores e gerentes de empresas entrevistados durante o seminário "A retomada econômica em questão", realizado dia 21 de maio em São Paulo com a participação de Pedro Malan, ministro da Fazenda, Armínio Fraga, presidente do BC, Ibrahim Eris, ex-presidente do BC, e Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda.
Foram formuladas perguntas a 800 participantes do seminário, mas apenas 267 responderam. O resultado da "Sondagem de Opinião InterNews" foi tabulado pelo Departamento de Pesquisas da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.
Para 25% dos entrevistados, os juros devem ficar entre 19% e 22%; para 20%, entre 13% e 16%. Só 5% apostam em taxa entre 22% e 25%. Taxa abaixo de 13% é esperada por apenas 6% dos empresários.
O PIB deve crescer até 1,5% neste ano, segundo estimam 37% dos entrevistados. Outros 23% esperam crescimento entre 1,5% e 3%, enquanto 30% prevêem que haverá queda de até 1,5%. Os mais otimistas calculam evolução acima de 3%; os mais pessimistas, queda maior do que 3%.
A maioria dos empresários (80%) diz que o câmbio flutuará em torno de R$ 1,65 por dólar neste ano -ontem, o comercial esteve a R$ 1,736 para venda. Cotação abaixo de R$ 1,55 é esperada por apenas 4% dos entrevistados, enquanto 11% esperam mais de R$ 1,80.
O Plano Real está consolidado para 31% dos entrevistados, mas 52% crêem que essa consolidação está para acontecer. Só 2% dizem que o Real não deve se consolidar, e 10% o consideram superado.
O resultado da balança comercial do país (exportações menos importações) será positivo em até US$ 3 bilhões, segundo a maioria dos entrevistados (52%). Para 19%, ficará entre US$ 3 bilhões e US$ 6 bilhões, enquanto 1% prevê mais de US$ 6 bilhões.
Há 23% dos entrevistados prevendo resultado negativo de até US$ 3 bilhões, e 5% esperam déficit superior a US$ 6 bilhões.
As reservas monetárias do país devem fechar o ano entre US$ 40 bilhões e US$ 55 bilhões, segundo a opinião de 69% dos entrevistados. Outros 20% estimam um resultado mais modesto -entre US$ 25 bilhões e US$ 40 bilhões.
A inflação medida pelo IGP-M fechará 99 entre 6% e 8% na opinião de 34% dos entrevistados. Índice menor (entre 4% e 6%) é esperado por 23% dos empresários, enquanto 24% esperam taxa maior (entre 8% e 10%). Abaixo de 4% é a previsão de 12%; acima de 10%, a de 7% dos entrevistados.
Se depender da maioria dos empresários (57%), o emprego não crescerá, pois eles esperam elevar a produtividade sem novas contratações. Outros 14% querem elevá-la, mas com demissões, sendo que 23% esperam aumentar a produção e as contratações para atender a demanda.




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