|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Remessa de dólares ao exterior em
junho é a maior desde a máxi de 99
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As remessas de dólares para o
exterior chegaram a US$ 4,2 bilhões no mês passado, maior volume desde janeiro de 1999, quando ocorreu a maxidesvalorização
do real. O valor se refere a pagamentos da dívida externa e remessas de lucros e dividendos,
entre outros. Não inclui operações realizadas entre bancos.
O número também não inclui as
operações de comércio exterior,
que, nos últimos meses, têm registrado saldo positivo. No mês
passado, o câmbio contratado pelos exportadores, que não reflete
necessariamente os produtos embarcados, somou US$ 6,1 bilhões.
O câmbio contratado pelos importadores ficou em US$ 2,8 bilhões.
Os números mostram que as
empresas estão com dificuldades
em renovar seus empréstimos externos, sendo forçadas a quitar
suas obrigações. Com isso, as remessas de dólares ao exterior
crescem.
Em contrapartida, o resultado
também reflete o efeito que o
câmbio flutuante tem sobre as
contas externas em momentos de
nervosismo. Em janeiro de 1999,
quando o país estava mudando
seu regime de câmbio, o saldo
cambial das operações de comércio exterior ficou positivo em US$
198 milhões -contra US$ 3,3 bilhões no mês passado.
Já nas operações financeiras
-pagamentos da dívida externa
e remessas de lucros e dividendos,
entre outros-, o resultado de janeiro de 1999 foi negativo em US$
6,69 bilhões, parecido com os US$
4,2 bilhões registrados em junho
deste ano.
Ou seja, em momentos de crise
no mercado financeiro, a alta da
moeda dos EUA faz os exportadores trazerem mais dólares ao país,
o que compensa uma eventual
saída de capital.
Entre julho e dezembro, os vencimentos de dívida externa do governo e das empresas devem somar US$ 14,72 bilhões. O volume
previsto não é grande quando
comparado com anos anteriores.
O problema é a dificuldade que o
país tem enfrentado para renovar
suas dívidas.
No ano passado, os vencimentos da dívida externa somaram
US$ 35 bilhões -valor 25% superior ao previsto para este ano. Em
2001, porém, o país conseguiu renovar 100% desses empréstimos.
Isso significa que os US$ 35 bilhões não precisaram ser efetivamente enviados para fora do país,
pois as dívidas foram todas refinanciadas.
Neste ano, o BC estima que a taxa de rolagem da dívida externa
caia para 71%. Isso quer dizer que
parte dos US$ 28 bilhões que vencem neste ano precisará ser paga.
Por isso, mesmo que os vencimentos deste ano sejam menores,
seu impacto sobre a cotação do
dólar deve ser maior.
CC-5
Já as remessas de dinheiro para
o exterior por meio das CC-5
(contas de pessoas ou empresas
residentes ou instaladas no exterior) ficaram praticamente estáveis. Em junho, foram enviados
US$ 605 milhões ao exterior por
meio desse mecanismo. Em maio,
as remessas haviam chegado a
US$ 616 milhões, o que representou um crescimento de 55,6% em
relação ao movimento de abril.
(NEY HAYASHI DA CRUZ)
Texto Anterior: Operação resgate: Fundos perdem R$ 21,6 bi em junho Próximo Texto: Brasil não precisa de ajuda, diz FMI Índice
|