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Brasil não precisa de ajuda, diz FMI
DA REDAÇÃO
O FMI (Fundo Monetário Internacional) estaria pronto para
ajudar o Brasil, caso seja necessário, mas este ainda não é o momento. Segundo o diretor-gerente da instituição, o economista
alemão Horst Köhler, o país não
vive uma crise econômica e não
há motivos para um novo acordo
de socorro agora.
"Tenho a convicção de que a situação brasileira é administrável,
e faremos tudo para mantê-la administrável", afirmou Köhler, falando a um comitê de parlamentares britânicos, em Londres.
"Não vejo, no momento, a necessidade de determinar um novo
pacote de ajuda."
O "número 1" do órgão multilateral de ajuda econômica afirmou
ainda que uma prova da disposição do FMI a ajudar o Brasil foi a
rápida liberação, no mês passado,
dos US$ 10 bilhões que o país tinha direito de sacar dentro do
programa de socorro acertado no
ano passado.
Köhler disse ainda aos parlamentares que, se o novo presidente brasileiro mantiver as linhas gerais da política econômica do governo de Fernando Henrique
Cardoso, o país não deverá passar
por maiores dificuldades.
Mas boa parte dos analistas do
mercado financeiro internacional
não compartilha de tal opinião. O
risco-país brasileiro, acima dos
1.700 pontos, indicaria, para o
mercado, uma chance de 40% de
o país dar um calote (ou ao menos
reestruturar parte da dívida) dentro dos próximos 18 meses.
Histeria
Anteontem, durante uma entrevista em Frankfurt, o diretor do
FMI falou que os mercados passavam por um "ataque histérico"
em relação ao Brasil e que os fundamentos econômicos do país
não justificam tal turbulência.
Köhler atribuiu a questões eleitorais a atual crise de confiança
que o país enfrenta no momento.
Mas afirmou que os investidores
não deveriam temer uma vitória
da oposição, que estaria comprometida com a responsabilidade
fiscal e monetária.
O diretor-gerente do Fundo
também disse aos parlamentares
que os países ricos deveriam se
abrir aos pobres, mas que estes
têm a responsabilidade de também abrir as fronteiras e implantar políticas econômicas coerentes. "Os atuais padrões comerciais
precisam mudar", disse Köhler.
De acordo com o diretor, países
como Coréia do Sul, China, Cingapura e México são exemplos a
serem seguidos por nações africanas. "Os países pobres não podem
reivindicar mais acesso aos mercados internacionais se eles mesmos não exploram as oportunidades de comércio que há entre
eles", disse Köhler.
Com agências internacionais
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