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Distribuidoras de luz querem novo reajuste extra
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de já terem arcado com três reajustes extraordinários na
tarifa de energia desde janeiro, os consumidores podem ter de bancar novo aumento extra. As distribuidoras já negociam com o governo possível reajuste para nova reposição de perdas.
Agora, o motivo é a perda de receita que as empresas alegam que
terão com o aumento do número
de consumidores de baixa renda
com a aprovação da lei 10.438. Pela lei, é considerado de baixa renda -e, portanto, sujeitos a tarifas
mais baratas- quem consome
menos de 80 kWh/mês. Antes, cada distribuidora definia o perfil
do consumidor de baixa renda.
As conversas entre as distribuidoras e o governo já começaram,
e o Ministério de Minas e Energia
criou um grupo de trabalho para
analisar a questão. Segundo a Folha apurou, o reajuste médio para
repor as perdas com o aumento
de consumidores de baixa renda
seria de 2%.
O reajuste de 2% teria de alimentar um fundo, do qual cada
distribuidora teria de retirar a
parcela referente a suas perdas. Se
não for criado o fundo e o reajuste
for concedido separadamente para cada distribuidora, poderia
chegar a 10% em algumas empresas do Nordeste (que têm mais
consumidores de baixa renda).
Por enquanto, o governo estuda
usar os recursos arrecadados com
a venda em leilão da energia das
empresas estatais para cobrir o
custo do aumento dos consumidores de baixa renda.
Neste ano, os consumidores já
tiveram três reajustes extraordinários. O primeiro entrou em vigor em janeiro: 2,9% para consumidores residenciais e 7,9% para
industriais. Esse reajuste tinha como objetivo a reposição das perdas que as distribuidoras alegam
ter tido com a redução de consumo imposta pelo racionamento.
Em março, foi criado o seguro
anti-racionamento, que resultou
em um reajuste médio de 2%. Ficou estabelecido que todos os
consumidores (menos os de baixa
renda) pagariam R$ 0,0049 por
kWh para custear o aluguel de 58
usinas termelétricas a ser usadas
em caso de racionamento.
Em junho, o governo refez os
cálculos do seguro. Por causa da
redução voluntária de consumo
após o racionamento, o seguro
anti-racionamento estava arrecadando menos do que o esperado,
e foi reajustado em 16,33%, passando para R$ 0,0057 por kWh.
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