|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO FINANCEIRO
Setor acumulou desvalorização de 17,6% no período; papéis de mineração dispararam 41,3%
Teles lideraram as perdas no 1º semestre
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor de telecomunicações foi
o que mais sofreu no péssimo primeiro semestre que o mercado
acionário paulista teve. As teles
acumularam perdas de 17,6% no
período, bem à frente do segundo
setor que mais perdeu, o de energia elétrica, com desvalorização
de 11,4%.
O que evitou que o resultado
negativo da Bovespa fosse pior
que os 17,96% acumulados no
primeiro semestre do ano foi a expressiva alta dos papéis dos setores de mineração, metalurgia e
papel e celulose.
As ações desses setores, que são
exportadores, se tornaram mais
atrativas com a alta da moeda
norte-americana. O setor de mineração foi o destaque, com alta
acumulada de 41,3% no período,
seguido pelo de papel e celulose,
com valorização de 22,7%.
"Além do forte endividamento
que as empresas de telecomunicações têm em dólares, o fato de
seus papéis terem alta liquidez faz
com que sejam vendidos rapidamente quando o mercado está
ruim", afirma Michel Campanella, analista da corretora Socopa.
Na avaliação da Bovespa, a acomodação do consumo de energia
em nível mais baixo após o fim do
racionamento prejudicou os papéis de energia elétrica. O valor de
mercado das empresas negociadas na Bolsa despencou R$ 17,3
bilhões no semestre.
Com o mercado norte-americano fechado ontem devido ao feriado do Dia da Independência, a
Bovespa registrou seu segundo
pior giro no ano. Foram movimentados no pregão apenas R$
244,9 milhões. Somente no dia 21
de janeiro houve movimentação
mais baixa, de apenas R$ 189,7
milhões. Nos negócios de ontem,
o destaque negativo voltou a ser
as ações das teles. As cincos maiores baixas do pregão foram de papéis do setor.
Em um pregão tão fraco, o Ibovespa -índice que reflete o comportamento dos 57 papéis mais
negociados- fechou com modesta alta de 0,18%. Os 10.655
pontos que o Ibovespa registrou
no fechamento de ontem estão
muito próximos do menor nível
do ano, que é de 10.397 pontos.
"Apesar de a Bolsa estar em um
patamar tão baixo, não acredito
que isso motivará uma onda de
compras neste momento. A divulgação de pesquisas eleitorais
nos próximos dias pode derrubar
ainda mais o preço das ações",
afirma Campanella.
(FABRICIO VIEIRA)
Texto Anterior: Outro lado: Para advogados, ação é "desonesta" Próximo Texto: O vaivém das commodities Índice
|