São Paulo, sexta-feira, 05 de julho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Setor acumulou desvalorização de 17,6% no período; papéis de mineração dispararam 41,3%

Teles lideraram as perdas no 1º semestre

DA REPORTAGEM LOCAL

O setor de telecomunicações foi o que mais sofreu no péssimo primeiro semestre que o mercado acionário paulista teve. As teles acumularam perdas de 17,6% no período, bem à frente do segundo setor que mais perdeu, o de energia elétrica, com desvalorização de 11,4%.
O que evitou que o resultado negativo da Bovespa fosse pior que os 17,96% acumulados no primeiro semestre do ano foi a expressiva alta dos papéis dos setores de mineração, metalurgia e papel e celulose.
As ações desses setores, que são exportadores, se tornaram mais atrativas com a alta da moeda norte-americana. O setor de mineração foi o destaque, com alta acumulada de 41,3% no período, seguido pelo de papel e celulose, com valorização de 22,7%.
"Além do forte endividamento que as empresas de telecomunicações têm em dólares, o fato de seus papéis terem alta liquidez faz com que sejam vendidos rapidamente quando o mercado está ruim", afirma Michel Campanella, analista da corretora Socopa.
Na avaliação da Bovespa, a acomodação do consumo de energia em nível mais baixo após o fim do racionamento prejudicou os papéis de energia elétrica. O valor de mercado das empresas negociadas na Bolsa despencou R$ 17,3 bilhões no semestre.
Com o mercado norte-americano fechado ontem devido ao feriado do Dia da Independência, a Bovespa registrou seu segundo pior giro no ano. Foram movimentados no pregão apenas R$ 244,9 milhões. Somente no dia 21 de janeiro houve movimentação mais baixa, de apenas R$ 189,7 milhões. Nos negócios de ontem, o destaque negativo voltou a ser as ações das teles. As cincos maiores baixas do pregão foram de papéis do setor.
Em um pregão tão fraco, o Ibovespa -índice que reflete o comportamento dos 57 papéis mais negociados- fechou com modesta alta de 0,18%. Os 10.655 pontos que o Ibovespa registrou no fechamento de ontem estão muito próximos do menor nível do ano, que é de 10.397 pontos.
"Apesar de a Bolsa estar em um patamar tão baixo, não acredito que isso motivará uma onda de compras neste momento. A divulgação de pesquisas eleitorais nos próximos dias pode derrubar ainda mais o preço das ações", afirma Campanella.
(FABRICIO VIEIRA)


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