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MARKETING
Privatização e Banda B fazem verbas subirem até 150% em um ano
Empresas de telefonia já
multiplicam a publicidade
ISABEL CLEMENTE
em São Paulo
A privatização do sistema Telebrás, marcada para o dia 29 deste
mês, e a competição aberta pela
concessão da Banda B de telefonia
celular estão garantindo gordos
negócios para um setor que só tende a crescer junto com a competição nos serviços de telecomunicações: publicidade.
Antes inexistentes ou reduzidas,
campanhas de empresas de telefonia celular, serviço móvel especializado digital -chamado trunking- e pager aparecem cada vez
mais em outdoors, TVs, rádios,
revistas e jornais.
Muitas empresas consultadas
pela Folha estão chegando ao
mercado publicitário e investindo
com uma verba que chega a ser,
em média, até 150% maior que a
destinada ao setor ano passado. O
valor total a ser investido, nem todas revelam.
Apesar de não existir ainda uma
categoria "telecomunicações"
agrupando essas empresas no ranking dos maiores anunciantes do
país, elas são fortes concorrentes a
despontar como as maiores investidoras desse mercado, diz Jacques
Eskinazi, diretor-executivo da
ABA (Associação Brasileira dos
Anunciantes).
Já no ranking da Nielsen de 96
uma loja de aparelhos móveis de
comunicação tinha sido o destaque entre os 30 maiores anunciantes do país.
A Univercell, dona da rede CellCenter, despontava em 16º lugar
no ranking, quando ocupara apenas a 101ª posição no ano anterior,
segundo o jornal especializado
Meio & Mensagem.
Luiz Cláudio Azevedo, diretor de
operações da J. Walter Thompson,
agência que é dona de uma das
contas da Embratel, destaca que o
investimento das "teles" regionais e da Telebrás, ainda sob a batuta do governo, tende a aumentar
quando as empresas passarem para a iniciativa privada.
Segundo Azevedo, a área de telecomunicações recebe atualmente
cerca de um terço da verba publicitária do governo, que no ano
passado bateu nos R$ 466 milhões.
Pode-se encontrar hoje desde
milionárias campanhas internacionais, como o filme da Motorola
que usa trilha sonora do conjunto
de rock inglês Rolling Stones a um
custo de US$ 100 milhões para todo o mundo, a soluções nacionais,
como a da Nextel.
Com bom humor, a Nextel, multinacional que oferece serviço de
comunicação móvel digital, critica, em cinco filmes para a TV, as
falhas da comunicação móvel, enquanto tenta vender seu produto,
o trunking -disponível apenas
para empresas.
A propaganda, realizada pela
agência Touché, foi o pontapé inicial de um pacote de investimentos em marketing da Nextel com
um valor de R$ 4,5 milhões previsto para este ano, contra "praticamente nada no ano passado",
segundo o presidente da empresa,
Sebastião Alpha.
A Metrophone, concorrente da
Nextel, investirá R$ 5 milhões em
mídia em 1998. É o primeiro investimento da empresa em publicidade, afirma seu presidente, José
Carlos Aguilera.
Outro segmento também em ascensão em termos de publicidade
é o de pager, ou radiochamada,
cuja verba publicitária deverá chegar a R$ 30 milhões este ano.
A estimativa é da da Abrac (Associação Brasileira das Empresas
de Radiochamada). Em 97, foram
investidos R$ 25 milhões.
A Teletrim, pioneira do serviço
no Brasil, tem uma campanha no
Rio de Janeiro avaliada em R$ 1,5
milhão, segundo o gerente de
marketing da empresa, José Melo.
A tendência, segundo ele, é que a
verba aumente. Melo destaca que
o mercado hoje conta com 40 empresas de porte, contra apenas 3
que atuavam há seis anos, quando
o serviço foi inaugurado no país.
"Isso sem falar na competição
de outros serviços de comunicação móvel disponíveis", diz Melo.
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