São Paulo, domingo, 5 de julho de 1998

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AMÉRICA LATINA

Países devem crescer menos, diz estudo de organismo


das agências internacionais

O prolongamento da crise asiática deve reduzir em 1,6% a taxa de crescimento da América Latina, segundo um estudo apresentando sexta-feira em Havana (Cuba) pelo Sela (Sistema Econômico Latino-Americano).
Segundo o estudo, apresentado pelo secretário permanente do organismo, Carlos Moneta, em um congresso de economistas da América Latina e Caribe, o PIB (Produto Interno Bruto) dos países da região deve crescer 3,5% este ano, ao invés dos 5% previstos anteriormente pelo organismo.
"A crise asiática não afetou sensivelmente a situação macroeconômica da América Latina em 1997, mas seu prolongamento e aprofundamento vão causar efeitos em 1998", diz o estudo.
A projeção de um crescimento de 5% foi feita pelo Sela antes da crise de julho de 1997, com base no desempenho de um grupo de sete países latino-americanos (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela).
"As estimativas realizadas em janeiro de 1998 mostram que deve haver uma diminuição na taxa de crescimento da região, que passaria a ser da ordem de 3,5%", acrescenta o estudo do Sela.
Em alguns países, a expectativa de crescimento menor corresponde à estimativa do Sela. Na Argentina, o governo admitiu em junho que a taxa de crescimento seria mais baixa este ano que em 1997, devendo atingir 5,5%.
Para o secretário da Fazenda, Pablo Guidotti, a redução ocorreria porque o país estaria sentindo os efeitos da crise asiática.
O Brasil também deve ter uma taxa de crescimento inferior aos 3% registrados ano passado, embora o governo negue que a crise esteja atingindo a economia.
A previsão é de que o aumento do PIB não passe de 2%, havendo economistas que apostem que será de apenas 0,5%.



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