|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nova fórmula é adotada
da Reportagem Local
Cada vez mais empresas brasileiras estão trocando o pagamento de dividendos aos acionistas pelo pagamento de juros
sobre o capital próprio.
Para quem possui a ação da
empresa, não faz diferença.
Mas para a empresa faz.
Os dividendos são pagos sobre o lucro líquido, ou seja, depois que é descontado o Imposto de Renda. "Pela Lei das
S/As, os dividendos têm de ser
de, no mínimo, 25% do lucro
líquido ajustado", diz Rodrigo
Moraes, economista do Banco
Rendimento.
Algumas empresas conseguem pagar dividendos menores do que 25% fazendo um
"ajuste" do lucro líquido de
acordo com sua conveniência.
Mas, no caso do pagamento
dos juros sobre o capital próprio, as empresas têm vantagem fiscal, diz Ronaldo Agostinho Ferreira, da Economática.
O cálculo é feito da seguinte
forma: a empresa apura o patrimônio líquido e, com base
nele, são apurados os juros. O
valor é, então, deduzido do lucro bruto, antes do cálculo do
Imposto de Renda, reduzindo
assim o imposto a ser pago.
Foi no ano passado que essa
dedução do Imposto de Renda
passou a vigorar, estimulando
as empresas a dividirem os lucros para pagarem menos Imposto de Renda. Uma das pioneiras a adotar a nova fórmula
foi a Souza Cruz.
Hoje, cerca de 20% das empresas de capital aberto no
país, segundo cálculos do mercado, já estão adotando a distribuição de juros sobre o capital. Para Carlos Augusto Levorin, da Oryx Asset Management, a tendência é de crescimento ainda maior da utilização dessa "nova forma de dividendo".
Gilberto Faiwichow, sócio-diretor do Rendimento,
acredita que a globalização está
fazendo com que as empresas
percebam cada vez mais a necessidade de buscar capital no
mercado acionário. "Quem
não estiver capitalizado, vai
perder cada vez mais competitividade internacional", diz.
Com isso, segundo Faiwichow, as empresas têm procurado oferecer dividendos
maiores aos acionistas e maior
transparência em seus balanços. "Os juros altos e o risco
Brasil tornam o mercado de
ações uma fonte de financiamento especialmente atrativo
às companhias."
A Sharp, por exemplo, aprovou recentemente em assembléia a absorção dos prejuízos
de R$ 310 milhões obtidos no
início da década de 90 por intermédio da redução de seu capital social em 64%. Com isso,
poderá voltar a distribuir dividendos e atrair os investidores
institucionais.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|