São Paulo, domingo, 5 de julho de 1998

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Em queda, calçados são exceção

da Reportagem Local

Os calçados são considerados exceção na pauta brasileira de exportação de produtos manufaturados. De janeiro a maio, as vendas no mercado externo caíram 17,6% na comparação com igual período de 97, de US$ 690 milhões para US$ 568 milhões.
A competição acirrada, especialmente com a China, e a defasagem cambial, de 20%, segundo o setor, explicam a redução nas vendas de calçados no exterior. Em 93, o Brasil exportou 201 milhões de pares. Desde então, os embarques foram diminuindo, chegando a 142 milhões de pares anuais.
"O Brasil não está conseguindo competir com os asiáticos e os europeus", diz Ricardo Wirth, vice-presidente da Abicalçados, associação que reúne os fabricantes de sapatos. Itália, Portugal e Espanha, diz ele, estão utilizando mão-de-obra barata de países como Eslovênia e Croácia.
Para Wirth, a política cambial mantida pelo governo é adequada. Deve ser mantido o ritmo de desvalorização do real.
Para Adimar Schievelbein, consultor da Abicalçados, o percentual de desvalorização do real deve aumentar um pouco acima da inflação para tornar o sapato brasileiro mais competitivo.
Em 93, o Brasil era um dos maiores exportadores de calçados de couro para os EUA, com vendas de 130 milhões de pares, ao preço médio de US$ 10,73 o par. A China exportou para os EUA 219 milhões de pares a US$ 10,22 o par.
De janeiro a novembro de 97, a China exportou 326 milhões de pares para os EUA, a US$ 11,52 o par, e o Brasil, 75 milhões de pares, a US$ 13,32 o par. (FF)



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