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Cotação do dólar fecham em alta na Argentina, no Chile e no México
Brasil contagia os países vizinhos
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
A tensão vivida ontem no mercado financeiro brasileiro contagiou também os vizinhos Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. A
cotação do dólar subiu nos quatro
países e também no México.
Na Argentina, a cotação do dólar subiu para 2,98 pesos, e no
Chile, para 714,60 pesos (alta de
0,7% em ambos os casos). Em relação ao peso uruguaio, a alta da
moeda norte-americana foi 3,3%,
para 28,30 pesos, e, no Paraguai, o
dólar subiu 3%, cotado a 6.285
guaranis. No México, o dólar aumentou 0,75%, para 10,74 pesos.
O motivo, segundo analistas, é o
temor de que a desaceleração da
maior economia da América do
Sul se acentue e jogue "um balde
de água fria" na recente reativação econômica vivida principalmente por Argentina e Uruguai.
Desconfiança
Economistas afirmam que um
aumento da desconfiança em relação ao Brasil pode reduzir o fluxo de investimentos na região.
"A vulnerabilidade do Brasil é
sinal de muita preocupação, e é
claro que tem um efeito regional
muito sério. Estamos falando da
maior economia, de um país que
deve ser o carro-chefe da recuperação", afirma Rafael Ber, da Argentina Research.
O analista disse que, no caso da
Argentina, a pressão sobre o peso
não será tão intensa.
"Há uma oferta de dólares que
ajudará a conter uma maior depreciação". Isso porque o país está em moratória -e por isso não
demanda dólares para pagamento da dívida- e tem registrado
superávits comerciais.
Uma desvalorização do peso é
até bem-vinda pelo governo argentino, que pretende, com isso,
estimular ainda mais as exportações. O que preocupa é a maior
depreciação do real.
Se o peso fica mais caro, as importações da Argentina também.
O país já deu alertas de que não
está satisfeito com a queda das
vendas para o mercado brasileiro
e com o aumento das importações do Brasil. Em junho, a Argentina teve seu primeiro déficit
comercial com o Brasil após 41
meses de superávit.
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