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Planalto nega conflito de ministros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DE NOVA YORK
Parlamentares petistas e o próprio Planalto vieram a público
durante o dia de ontem para negar divergências entre os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e
José Dirceu (Casa Civil) e que o
primeiro estivesse demissionário.
Por seu porta-voz, André Singer, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva negou boatos sobre eventual pedido de demissão de Palocci e afirmou que esses boatos partiram de "especuladores".
"O presidente me pediu que
transmitisse que boatos sobre divergências entre os ministros José
Dirceu [Casa Civil] e Antonio Palocci só podem ter partido de especuladores e que ambos contam
com sua mais irrestrita confiança
e que vêm cuidando de suas respectivas áreas com muita competência", disse Singer, que respondeu após receber dos jornalistas
perguntas sobre o caso.
Procurado por sua da assessoria
de imprensa, Palocci não se manifestou sobre o assunto.
No Congresso, parlamentares
do governo e mesmo da oposição
tratavam de desmentir o boato.
"É uma clara ação de especuladores, em que os mal-intencionados procuram manipular os mal
informados para se locupletarem", disse o senador Aloizio
Mercadante (PT-SP), líder do governo no Senado.
Para o deputado Professor Luizinho (PT-SP), um dos vice-líderes do governo na Câmara, "é inimaginável que o mercado vá entrar no conto-do-vigário de algum espertinho que quer ganhar
dinheiro. Não há divisão interna
no governo e o ministro Palocci
está firme", disse ele.
"Isso é especulação. Palocci assumiu um grau de credibilidade
maior do que o governo, então seria um desastre se ele saísse da Fazenda", disse o líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA).
As notícias a respeito do destino
de Palocci surgiram após o agravamento da tensão social no país,
sobretudo por ações de sem-terra
e sem-teto, além do alto índice de
desemprego. Também teriam
contribuído para o desgaste da
imagem de Palocci as divergências com o ministro Dirceu a respeito das reformas.
Até lá fora
O boato não se restringiu ao
Brasil. Mesmo no mercado norte-americano, operadores disseram
que boatos sobre a demissão de
Palocci elevaram ontem o nervosismo em relação ao Brasil.
Nenhum soube explicar a origem exata do boato, embora tenham dito que ele veio do Brasil.
Segundo os operadores, o boato
somou-se a dois fatores que já vinham minando o otimismo para
com o país: o aumento de rentabilidade dos títulos americanos e as
dificuldades do governo com as
reformas. "Corretores estão atribuindo parte da venda de hoje
[ontem] pelos fundos de hedge
aos boatos em relação à renúncia
de Palocci", disse Mohamed El-Erian, da Pimco.
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