São Paulo, quarta, 5 de agosto de 1998

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Iene reage após governo ameaçar intervir no mercado de câmbio

das agências internacionais

O iene teve ontem uma recuperação em relação ao dólar norte-americano, depois que autoridades do governo japonês ameaçaram intervir no mercado de câmbio, vendendo dólares, para segurar a cotação da moeda local.
Foi a primeira alta do iene depois de cinco dias consecutivos de queda. Ontem, a moeda chegou à cotação de 145,15 por dólar.
Na segunda-feira, o iene havia sido negociado a 145,6 por dólar, o mais baixo valor desde 17 de junho passado, quando uma intervenção conjunta dos EUA e do Japão conseguiu brecar um processo de desvalorização que então parecia irreversível.
A moeda japonesa estava cotada no dia da intervenção a 146,7 por dólar, seu valor mais baixo nos últimos oito anos.
O ministro das Finanças, Kiichi Miyazawa, disse ontem que, se for necessário, haverá intervenção do governo no mercado.
Miyazawa negou mais uma vez declaração atribuída a ele na semana passada, quando teria afirmado que o governo não pretendia interferir na cotação de sua moeda.
Declarações em defesa do iene também foram feitas pelo ministro da Indústria e Comércio Internacional, Kaoru Yosano, e pelo diretor da Agência de Planejamento Econômico, Taichi Sakaiya.
A moeda japonesa também foi favorecida ontem pelo anúncio da proposta do ministro das Finanças de realizar novo corte de impostos para recuperar a economia local, que está em recessão.
Miyazawa sugeriu um corte de 65% para 50% na maior taxa de impostos do país. A redução poderá exceder os US$ 41,5 bilhões previstos inicialmente pelo primeiro-ministro, Keizo Obuchi, e seria iniciada a partir de janeiro de 99.
A declaração do ministro das Finanças foi feita após um encontro com membros do PLD (Partido Liberal-Democrata), que governa o Japão.

Consumo
O governo japonês divulgou ontem outro índice pessimista sobre sua economia. O consumo familiar no país caiu 1% em junho em relação ao mesmo período do ano passado. Foi o oitavo mês de queda do índice de consumo.
No primeiro semestre de 98, os gastos das famílias japonesas tiveram queda de 3,1% em relação ao mesmo período de 97. A queda semestral é a maior desde que esse índice começou a ser divulgado pelo governo, em 1963.



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