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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa tem sexta maior queda do ano
da Reportagem Local
A queda de 3,41% na Bolsa de
Valores de Nova York, a maior
desde a crise asiática, trouxe nova
realização de lucros à Bolsa paulista, que fechou em baixa de 5,31%,
a sexta maior do ano.
O debate entre os investidores é
se a Bolsa dos EUA está no início
de um grande e duradouro ciclo
de baixa ou se as quedas consecutivas são uma correção passageira
após uma "bolha especulativa".
A polêmica ganha importância
para os brasileiros, pois, após o
leilão da Telebrás, o mercado paulista passou a se referenciar mais
ainda na Bolsa norte-americana.
Para o analista Barton M. Biggs,
do Morgan Stanley Dean Witter, o
movimento para baixo em Nova
York não é apenas "mais uma
tempestade de verão". Para ele, a
crise asiática emperra o crescimento econômico do mundo todo, inclusive da Europa e dos
EUA. O resultado das empresas
negociadas em Bolsa deve piorar.
O preço das commodities internacionais cai, trazendo prejuízos a
países e companhias que dependem delas. Biggs recomenda que
os investidores deixem a Bolsa e
direcionem suas aplicações ao
mercado de renda fixa.
Os mais otimistas acham que a
Bolsa de Nova York subiu muito e
sua queda é uma correção técnica.
Dizem que isso pode ser percebido
justamente quando se observa os
juros nos EUA. Se os investidores
tivessem trocando a Bolsa pela
renda fixa, os títulos do Tesouro
dos EUA teriam seus juros reduzidos fortemente, o que não aconteceu ontem. As taxas dos títulos de
30 anos passaram de 5,658% ao
ano anteontem para 5,63% ontem,
queda considerada pequena.
No Brasil, o Banco Central interveio e conseguiu cortar os juros
em mais de um ponto percentual
ao ano. Tomou dinheiro a 19,55%
ao ano por um dia ontem, contra
19,60% anteontem. Reduziu as taxas nos negócios com Certificados
de Depósitos Interbancários de
19,42% anteontem para 18,40%.
Nos futuros brasileiros, os negócios de troca de taxas de juros fechados após às 17h refletiram o
pessimismo em Nova York. As taxas dos negócios com vencimento
em um ano passaram de 22,75%
ao ano para 23,30% ontem.
O Banco Central vendeu R$ 2 bilhões em títulos do Tesouro
pós-fixados de vencimento em 28
de abril de 99 com ágio mínimo de
R$ 0,0025 por título de R$ 100.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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