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Consumidor terá mais prazo para pagar carro
ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local
Os bancos ligados às montadoras
vão oferecer crédito com prazos
mais longos e entradas menores
para facilitar a compra dos carros
estocados. Os novos planos devem
ser divulgados nos próximos dias
e vão acirrar a concorrência entre
as marcas.
Marcos Vinicius Moya, presidente da Anef (associação dos
bancos das montadoras), diz que
os bancos adotarão diferentes estratégias. "Quem que já oferece
planos com entrada de 10%, por
exemplo, terá pouco espaço para
reduzir ainda mais esse valor."
Moya prevê lançamento de linhas de financiamento com prazos de até 42 meses -hoje a maior
parte dos carros é financiada em
36 meses- e a adoção da prestação-balão (parcelas intermediárias maiores, cobradas no recebimento do 13º salário, por exemplo), que permite reduzir o valor
das parcelas.
Os bancos vão flexibilizar o crédito, mas não querem correr o risco de um novo aumento da inadimplência, explica Moya.
O calote no segundo trimestre
deste ano atingiu 66 mil clientes,
ou seja, 6,8% de todos os que tiveram acesso a financiamento.
Apesar de representar queda de
15,1% em relação ao trimestre anterior, Moya avalia que o nível
atual de inadimplência ainda é
"preocupante e fora do normal".
A meta é reduzir o índice para 5%
até o final do ano.
O crédito ficará mais flexível,
mas o consumidor não deve contar com taxas subsidiadas, que
chegaram este ano a 0,5% ao mês.
Os bancos pretendem operar
com taxa média em torno de 2,7%
a partir deste mês, semelhante à
praticada antes da crise asiática.
Taxas menores serão oferecidas
apenas em períodos limitados, para promoção de alguns modelos.
A venda financiada de carros pelos bancos das montadoras, que
detêm entre 70% e 80% do mercado, cresceu 35,4% no segundo trimestre deste ano, na comparação
com igual período de 97.
Os bancos utilizaram R$ 1,6 bilhão para financiar 176 mil veículos pelo sistema de leasing e crédito direto ao consumidor entre
abril e junho. O financiamento representa 52% das vendas. O consórcio tem 18% do mercado, e as
vendas à vista 30%.
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