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TRANSE
Em analogia com o futebol, Armínio Fraga diz que Brasil precisa "pular o muro" e ser promovido de divisão na economia
Dá para o país deixar a "segundona", diz BC
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BC (Banco
Central), Armínio Fraga, disse
ontem que o Brasil precisa "pular
o muro" que o separa da primeira
divisão da economia mundial.
Em analogia com o futebol, Fraga
disse que há uma tendência dos times [países] que são da primeira
divisão a permanecer nela e dos
que são de segunda divisão a não
conseguir ser promovidos.
É essa tendência que, para ele, o
Brasil precisa superar. "É possível
sair da segunda divisão, como o
Fluminense já demonstrou", disse. Fraga só não esclareceu que o
Fluminense, seu clube de coração,
foi promovido da segunda para a
primeira divisão em 2000 sem ter
vencido seus adversários, graças a
uma "virada de mesa".
"O Brasil precisa superar essa
barreira, isso é uma espécie de
muro que a gente precisa pular e
ficar do lado de lá. No momento
estamos do lado de cá, olhando
para o lado de lá com esperança",
afirmou. Ele disse que é otimista
quanto ao futuro e que a mudança de status só depende do Brasil.
Durante palestra no seminário
"Reavaliação do Risco Brasil",
Fraga disse que "o Brasil tem empresas fantásticas" e que o problema que origina as incertezas
atuais "está no governo". Ele disse
também discordar das avaliações
segundo as quais o país corre risco elevado de quebrar.
"Quero crer que não é exatamente assim", afirmou. Para o
presidente do BC, países que quebraram conviviam com o que ele
chamou de "quatro pecados capitais": desajuste das contas públicas; balanço de pagamentos insustentável, geralmente associado
a política de câmbio fixo; crise
bancária; e excesso de endividamento de curto prazo.
Fraga disse que o Brasil não está
nessa situação e apresenta "mudanças visíveis a olho nu" sobre
dez anos atrás. Segundo ele, as reformas e ajustes necessários ao
salto para a primeira divisão foram iniciados e precisam de continuidade. "O próximo governo já
sinalizou que pretende seguir o
caminho da responsabilidade."
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