São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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Negócio deveria ser adiado, dizem líderes do PT

DA REPORTAGEM LOCAL

Lideranças petistas com trânsito no mercado financeiro defenderam ontem o adiamento da venda de ações do Banco do Brasil e da privatização de cinco bancos estaduais controlados pela União.
O leilão das ações do BB está marcado para hoje na Bolsa de Valores de São Paulo, enquanto a privatização dos bancos dos Estados de Santa Catarina, do Espírito Santo, do Piauí, do Maranhão e do Ceará está em estado adiantado, com editais já publicados.
O senador eleito Aloizio Mercadante (SP), um dos porta-vozes econômicos do partido, se disse favorável a que o leilão do BB seja feito em outra data, em situação mais "propícia" no mercado de capitais.
Também defendeu outro formato, no qual haveria a possibilidade de utilização do FGTS por trabalhadores para a compra de ações.
Já o deputado federal Ricardo Berzoini (SP) disse que não há motivo prático para a venda das ações e dos bancos estaduais, pois o governo já está próximo da meta de superávit e não precisa "fazer caixa".
"O que nós ponderamos é que talvez fosse interessante o governo aguardar um momento mais favorável do mercado de capitais [para realizar a venda]", declarou Mercadante.
O momento mais apropriado, segundo ele, ocorreria com a queda da cotação do dólar e do risco-país, que já esboçam trajetória descendente.
Mercadante disse que é favorável à tese da venda das ações, discordando apenas do momento. Para ele, é importante realizar a venda para valorizar a cotação do BB na Bolsa.
"Basicamente, você está vendendo as ações para melhorar o ranking do Banco do Brasil na Bolsa. A idéia, que depende dessa venda, é muito positiva e deve ser feita. Mas há momentos mais favoráveis para isso", declarou ele, sem especificar quando seria esse "momento".
Mercadante afirmou que foi informado da decisão de vender as ações e que ele, em contatos com membros do atual governo, deixou clara sua posição contrária. (FÁBIO ZANINI E PLÍNIO FRAGA)

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