São Paulo, terça-feira, 05 de novembro de 2002

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Lucro cresce 90,5% com ajuda do governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil teve um lucro de R$ 605 milhões entre julho e setembro. Com isso, passou para R$ 1,4 bilhão o ganho acumulado neste ano, valor 90,5% maior do que o resultado registrado no mesmo período de 2001. A melhora no resultado se explica, principalmente, pelo crescimento da receita de tarifas e pelo aumento da carteira de crédito.
Só com o pagamento de tarifas por parte de seus clientes, o BB obteve uma receita de R$ 3,285 bilhões, valor 20,7% maior do que o registrado nos primeiros nove meses de 2001. Parte desse crescimento se deve ao aumento do número de clientes do banco, que passou de 13,5 milhões em setembro de 2001 para 14,9 milhões em setembro último.
O total de empréstimos concedidos pelo banco a seus clientes também cresceu, passando de R$ 40,253 bilhões para R$ 51,330 bilhões no mesmo período. Com isso, os ganhos do BB com a intermediação financeira passaram de R$ 2,764 bilhões nos primeiros nove meses de 2001 para R$ 4,252 bilhões em 2002.
Já os gastos com pessoal ficaram praticamente estáveis nesse período, passando de R$ 3,946 bilhões para R$ 4,030 bilhões.

Socorro do governo
O presidente do BB, Eduardo Guimarães, disse que graças ao socorro recebido pelo governo federal no ano passado a expectativa é que o banco continue a registrar resultados expressivos de agora em diante. "Estamos caminhando para um patamar de rentabilidade compatível com nossa estrutura", afirmou.
Em junho de 2001, o governo lançou o Proef (Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais) para socorrer bancos federais em dificuldades. Além do Banco do Brasil, foram beneficiados pelo socorro a Caixa Econômica Federal, o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia.
No caso do BB, o socorro ficou em aproximadamente R$ 20 bilhões. O valor corresponde a créditos de difícil recebimento que o banco transferiu para o Tesouro Nacional, recebendo, em troca, títulos públicos.
Guimarães evitou falar sobre a venda de ações do Banco do Brasil que tem início hoje, mas afirmou que o banco não está mais tão suscetível a ingerências do governo em sua administração, o que poderia afetar a rentabilidade da estatal. "Os números mostram que é possível ser um agente de fomento e, ainda assim, ser rentável", disse.
Entre outros projetos, o BB financia, com recursos do Tesouro, projetos ligados a comércio exterior e à agricultura.

Projetos
O presidente do BB também evitou fazer comentários sobre os projetos programados pela instituição até o final deste ano. "Este ano já acabou", brincou Guimarães, que deve deixar o cargo com a troca de governo.
O executivo deu resposta semelhante quando questionado sobre a possibilidade de investir seu dinheiro em ações do BB que serão postas a venda a partir de hoje. "É melhor eu pensar nisso quando eu estiver fora do banco", afirmou, citando as restrições que a lei impõe para que executivos comprem ações das empresas que dirigem.


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