|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lucro cresce 90,5% com ajuda do governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil teve um lucro
de R$ 605 milhões entre julho e
setembro. Com isso, passou para
R$ 1,4 bilhão o ganho acumulado
neste ano, valor 90,5% maior do
que o resultado registrado no
mesmo período de 2001. A melhora no resultado se explica,
principalmente, pelo crescimento
da receita de tarifas e pelo aumento da carteira de crédito.
Só com o pagamento de tarifas
por parte de seus clientes, o BB
obteve uma receita de R$ 3,285 bilhões, valor 20,7% maior do que o
registrado nos primeiros nove
meses de 2001. Parte desse crescimento se deve ao aumento do número de clientes do banco, que
passou de 13,5 milhões em setembro de 2001 para 14,9 milhões em
setembro último.
O total de empréstimos concedidos pelo banco a seus clientes
também cresceu, passando de R$
40,253 bilhões para R$ 51,330 bilhões no mesmo período. Com isso, os ganhos do BB com a intermediação financeira passaram de
R$ 2,764 bilhões nos primeiros
nove meses de 2001 para R$ 4,252
bilhões em 2002.
Já os gastos com pessoal ficaram
praticamente estáveis nesse período, passando de R$ 3,946 bilhões para R$ 4,030 bilhões.
Socorro do governo
O presidente do BB, Eduardo
Guimarães, disse que graças ao
socorro recebido pelo governo federal no ano passado a expectativa é que o banco continue a registrar resultados expressivos de
agora em diante. "Estamos caminhando para um patamar de rentabilidade compatível com nossa
estrutura", afirmou.
Em junho de 2001, o governo
lançou o Proef (Programa de Fortalecimento das Instituições Financeiras Federais) para socorrer
bancos federais em dificuldades.
Além do Banco do Brasil, foram
beneficiados pelo socorro a Caixa
Econômica Federal, o Banco do
Nordeste e o Banco da Amazônia.
No caso do BB, o socorro ficou
em aproximadamente R$ 20 bilhões. O valor corresponde a créditos de difícil recebimento que o
banco transferiu para o Tesouro
Nacional, recebendo, em troca, títulos públicos.
Guimarães evitou falar sobre a
venda de ações do Banco do Brasil
que tem início hoje, mas afirmou
que o banco não está mais tão suscetível a ingerências do governo
em sua administração, o que poderia afetar a rentabilidade da estatal. "Os números mostram que
é possível ser um agente de fomento e, ainda assim, ser rentável", disse.
Entre outros projetos, o BB financia, com recursos do Tesouro,
projetos ligados a comércio exterior e à agricultura.
Projetos
O presidente do BB também
evitou fazer comentários sobre os
projetos programados pela instituição até o final deste ano. "Este
ano já acabou", brincou Guimarães, que deve deixar o cargo com
a troca de governo.
O executivo deu resposta semelhante quando questionado sobre
a possibilidade de investir seu dinheiro em ações do BB que serão
postas a venda a partir de hoje. "É
melhor eu pensar nisso quando
eu estiver fora do banco", afirmou, citando as restrições que a
lei impõe para que executivos
comprem ações das empresas que
dirigem.
Texto Anterior: Negócio deveria ser adiado, dizem líderes do PT Próximo Texto: Eleição afeta Petrobras; Vale dá bom retorno Índice
|